A senadora Soraya Thronicke, eleita pelo PSL de Mato Grosso do Sul, tornou-se a campeã de gastos com diárias em viagens internacionais no Senado Federal. Ela lidera uma lista de parlamentares que fizeram despesas desse tipo e aumentarem os custos em 154% com relação ao mesmo período de 2018.
Conforme o site O Antagonista, que trouxe levantamento do jornal O Globo, deste domingo (9), a senadora, apoiadora de Jair Bolsonaro (PSL), recebeu R$ 20,8 mil de fevereiro a maio, somente para gastos fora do Brasil. Em seguida, vem Roberto Rocha, com R$ 20,6 mil, e Daniela Ribeiro (PP), que levou R$ 20 mil.
Os gastos são equivalentes a apenas quatro meses de mandato, já que o ano legislativo só começou em fevereiro deste ano. Até o momento, o Senado, na presidência de Davi Alcolumbre (DEM), desembolsou R$ 329 mil com essa despesa.
Turista oficial
No sábado (8), o Blog do Nélio já tinha publicado que a senadora Soraya Thronicke conquistou o título de “Turista oficial do Senado” após viajar por quase o mundo todo desde o início do mandato com dinheiro público. Em menos de cinco meses, ela esteve em Pequim (China), Nova York (EUA), Tel Aviv (Israel) e, agora, em Berlim (Alemanha). Em todos esses países, a senadora foi representando o Brasil e, de quebra, Mato Grosso do Sul.
Caso a “nobre” parlamentar fosse pagar essas viagens com seu próprio dinheiro, desembolsaria pelo menos R$ 30 mil só com passagem aérea em todas elas. Fazendo um levantamento em site de compra de passagem, o valor do aéreo de Brasília (DF) até Pequim custa, em média, R$ 11.658,00, já até Nova York o valor é mais barato, R$ 4.409,00.
Para Tel Aviv, o valor fica em torno de R$ 7.736,00 e até Berlim, onde a senadora está até este sábado (8), custa R$ 6.623,00. Uma média de quilômetros rodados revela que ela poderia dar duas voltas no planeta Terra.
A revista IstoÉ fez um levantamento que apontou uma farra na liberação do passaporte diplomático e a senadora do Estado consta na lista, ao lado da filha Isabela Thronicke. Lembrando que isso não é ilegal, mas é imoral.
A emissão do passaporte custa R$ 257,25 e tem possibilidade de não ser aceito em determinados países, já com passaporte diplomático o cidadão pode entrar em qualquer país, sem visto, e ter regalias no embarque e desembarque.
A farra na gestão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, resultou na concessão de 986 passaportes nos quatro primeiros meses deste ano pelo Itamaraty. Média de quase 250 passaportes diplomáticos ao mês.
O número surpreende, pois, em 2018, foram concedidos 1,2 mil documentos especiais durante o ano inteiro. Ou seja, uma média mensal de 100 passaportes. Isso significa que a média mensal aumentou em 150% durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).