Agente paraguaio é preso por desviar dinheiro das contas bancárias de pecuarista de MS

Pecuarista quando chegava a Dourados após ser preso no Paraguai (Foto: Leandro Hosbach) ... veja mais em https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/agente-paraguaio-e-preso-por-esvaziar-contas-bancarias-de-pecuarista-de-ms - Campo Grande News

A Polícia Nacional do Paraguai prendeu, na quinta-feira (6), o agente especial Victor Alejandro Miguel Barreto Cardenas, da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), acusado de desviar dinheiro das contas bancárias do pecuarista sul-mato-grossense Orlando Vendramini Neto.

Ele fazia parte da equipe que prendeu Orlando Neto no dia 22 de janeiro deste ano em território paraguaio. O pecuarista estava com prisão decretada pela Justiça de Mato Grosso do Sul acusado de ser o mandante do assassinato do também criador de gado Valdereis Rodrigues de França, ocorrido no dia 5 de novembro do ano passado em Sete Quedas (MS).

No início desta semana, o advogado Hugo López, representante de Orlando Neto em território paraguaio, acusou policiais da Senad de terem acessado os celulares do pecuarista e desviado pelo menos US$ 30 mil das contas de uma das empresas do pecuarista sul-mato-grossense.

Com dupla nacionalidade, Orlando Neto foi presidente do Sindicato Rural de Sete Quedas e tem negócios em Mato Grosso do Sul, São Paulo e no Paraguai. Capturado pela Senad em um shopping da cidade paraguaia de Mariano Roque Alonso, o pecuarista foi expulso do Paraguai, entregue à Polícia Federal e, na semana passada, transferido para Dourados (MS).

Atualmente, ele está recolhido na penitenciária estadual da cidade. Após a denúncia de desvio nas contas, o Ministério Público do Paraguai e a Senad passaram a investigar os agentes envolvidos na prisão e, na quinta-feira, Victor Cardenas foi preso em sua unidade, sendo indiciado por cinco crimes, entre os quais adulteração de provas e fraude usando meios eletrônicos.

A promotora de Justiça Irma Encarnación Llano Pereira requereu a prisão preventiva do agente. Victor Cardena pediu prazo de 48 horas para ser interrogado. Ele segue preso na capital, Asunción. Conforme a denúncia do advogado Hugo López, dos quatro celulares apreendidos pela Senad com o pecuarista em janeiro, dois estavam habilitados para operar contas bancárias, com saldo em dólares e guaranis.

Ainda segundo ele, o filho de Orlando Neto relatou que o pai teria sido obrigado pelos agentes a informar os códigos necessários para movimentar as contas. Hugo López também aponta suposta ilegalidade na expulsão do pecuarista do Paraguai. Conforme ele, o cliente tem cidadania paraguaia e mantém residência naquele país há 30 anos. Por isso não poderia ser extraditado sem processo legal.