A pedido do MPE, juiz dá 180 dias para Santa Casa cumprir exigências do Corpo de Bombeiros

Por solicitação do MPE (Ministério Público Estadual), feita pela promotora de Justiça Daniela Cristina Guiotti, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, deu 180 dias de prazo para a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande – Santa Casa) cumprir as exigências do Corpo de Bombeiros.

Segundo a determinação judicial, o Corpo de Bombeiros elencou 20 pontos críticos de irregularidade e, caso não cumpra o prazo determinado pelo magistrado, a ABCG terá de pagar até R$ 4,5 milhões em multas ao MPE, lembrando que o prazo passou a contar desde o dia 3 de julho.

Conhecido por ser um dos maiores hospitais públicos de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa é investigada pelo MPE desde 2017 e, conforme a ação, o Corpo de Bombeiros apontou que as 20 irregularidades existentes “colocavam em risco a população atendida e os profissionais que trabalham na instituição”.

A abertura da ação civil pública ocorreu após o ajuizamento feito pela promotora de Justiça Daniela Cristina Guiotti, que à época solicitou um pedido de tutela de urgência em decorrência da não adoção de medidas necessárias para resolver as irregularidades do hospital. Devido a isso, a Santa Casa teve seu Certificado de Vistoria caçado pelo Corpo de Bombeiros.

Além disso, também ficou definido que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande deverão auxiliar no cumprimento das exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros Militar para a concessão do alvará ao estabelecimento hospitalar.

A ação sob pena de multa foi movida após diversos casos de não cumprimento de vistorias no hospital. No ano passado, o MPE moveu uma ação civil para determinar que a Santa Casa e a Prefeitura adotassem medidas de prevenção a incêndios e segurança no prédio.

Em dezembro, um curto-circuito provocou um princípio de incêndio e deixou a Santa Casa de Campo Grande sem energia. O problema só não foi mais grave porque os geradores de energia foram acionados e conseguiram abastecer os equipamentos das chamadas áreas críticas. Na época, a assessoria da Energisa relatou em nota que a falta de energia do hospital se tratava de um problema interno do próprio hospital.