O empresário ponta-poranense Fahd Georges Jamil, 79 anos, que está preso em uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) desde o dia 19 de abril deste ano, virou réu pelas execuções do servidor público Alberto Roberto Aparecido Nogueira, 55 anos, mais conhecido como “Betão”, e do policial civil Anderson Celin, 36 anos, em abril de 2015.
Segundo o site Campo Grande News, a decisão é da juíza Jeane de Souza Barboza Escobar, de Bela Vista (MS), e inclui ainda Melcíades Aldana e Gabriel de Rossi dos Santos. No despacho, a magistrada recusou a decretação de prisão contra Fahd Jamil, solicitada pela Promotoria de Justiça, o que faz com que ele continue com apenas uma ordem de detenção, que a defesa tenta transformar em prisão domiciliar.
As vítimas foram encontradas carbonizadas em uma camionete, próximo ao lixão de cidade fronteiriça, no caminho para Caracol (MS). Agora, a ação passa a ter quatro réus, pois já tinha sido denunciado Oscar Ferreira Leite Neto, o “Oscarzinho”, que está desaparecido, possivelmente morto.
Com a deflagração da Operação Omertà para investigar homicídios cometidos por milícias armadas, a investigação foi reaberta e foram identificados indícios confirmando as suspeitas que tinham de que o “Rei da Fronteira” encomendou o crime para se vingar do assassinato do filho, Daniel Jamil Georges, o “Danielito”, que sumiu em 2011 e foi declarado morto em 2019.
Conforme os novos elementos acrescidos ao processo, Fahd Jamil encomendou a execução de Betão e Anderson Celin. Melciades, também desaparecido e igualmente investigado na Omertà, intermediou a contratação dos outros dois homens, que foram os executores. A partir da aceitação da denúncia, a representação dos réus agora tem prazo para apresentar defesa prévia. Depois disso, são marcadas as audiências para ouvir testemunhas.