A situação envolvendo o jogo do bicho em Campo Grande se intensificou com a condenação, em 15 de dezembro, do deputado estadual Neno Razuk e outros 11 réus, que foram envolvidos em um esquema criminoso para controlar essa prática ilegal na região. A 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) sentenciou Neno a 17 anos e 7 meses de prisão. O advogado do parlamentar anunciou a intenção de recorrer da decisão, afirmando que a defesa acredita na possibilidade de uma reavaliação da sentença.
Os outros condenados receberam penas variadas, como é o caso de Carlito Gonçalves Miranda, que foi sentenciado a 10 anos e 9 meses, e Gilberto Luis dos Santos, que recebeu 16 anos e 4 meses de reclusão. Alguns réus terão o direito de recorrer em liberdade, enquanto outros, devido às suas penas, permanecerão presos.
A operação que resultou nessas condenações foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e incluiu a apreensão de mais de R$ 300 mil, armas, munições e máquinas utilizadas para registrar apostas. A ação também culminou na prisão de familiares do deputado, incluindo seu pai e irmãos.
Após uma série de investigações e apreensões, a operação foi realizada em várias cidades do estado, além de ações em estados vizinhos, refletindo a complexidade e a abrangência do problema do jogo ilegal na região. A disputa pelo controle desse mercado, que já teve outros líderes condenados, como Jamil Name, continua sendo uma questão criminal significativa em Mato Grosso do Sul.
A operação “Successione”, do Gaeco, que refere-se à luta pelo controle do jogo do bicho após a prisão dos líderes anteriores, coloca em evidência a persistente criminalização dessa prática e a necessidade de um controle mais efetivo das atividades ilegais na área. A decisão da Justiça, embora condenatória, ainda pode ser contestada, prolongando as questões legais e a incerteza sobre a sequência dessas operações.
Além do deputado estadual Neno Razuk, outros réus envolvidos no esquema criminoso relacionado ao jogo do bicho e condenados pela Justiça incluem:
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Carlito Gonçalves Miranda – 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão em regime fechado.
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Gilberto Luis dos Santos – 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão em regime fechado.
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Mateus Aquino Júnior – 11 anos e 7 meses de reclusão em regime fechado.
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Roberto Razuk Filho – 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado.
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Manoel José Ribeiro – 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão em regime fechado.
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José Eduardo Abduladah – 4 anos e 1 mês de reclusão em regime fechado (cumprindo prisão domiciliar).
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Diogo Francisco – 3 anos e 6 meses de reclusão em regime aberto, com o direito de recorrer em liberdade.
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Edilson Rodrigues Ferreira – 3 anos e 6 meses de reclusão em regime aberto, também com o direito de recorrer em liberdade.
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Júlio Cezar Ferreira dos Santos – 3 anos e 6 meses de reclusão em regime aberto, com o direito de recorrer em liberdade.
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Taygor Ivan Moretto Pelissari – 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade.
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Valnir Queiroz Martinelli – 3 anos e 6 meses de reclusão em regime aberto, com o direito de recorrer em liberdade.
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Wilson Souza Goulart – 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão no regime semiaberto, com o direito de recorrer em liberdade.
Esses réus foram identificados como parte de uma operação maior que visava desmantelar a organização criminosa que controlava o jogo do bicho em Campo Grande e consolidar a ação do Gaeco contra esse tipo de atividade ilegal.
