A diretoria técnica da Santa Casa de Campo Grande divulgou um comunicado alarmante nesta sexta-feira (5), informando que o setor de ortopedia do hospital está em “risco assistencial extremo” e à beira do colapso operacional, o que compromete a vida dos pacientes internados.
No documento, a equipe de Ortopedia da ‘SERTOP – Serviços de Traumatologia e Ortopedia’ notificou a instituição na quinta-feira (4) sobre a intenção de rescindir o contrato vigente em um mês, devido a atrasos recorrentes nos pagamentos aos colaboradores. Essa decisão agrava ainda mais a situação já crítica do setor.
Atualmente, 81 pacientes estão aguardando o primeiro procedimento cirúrgico ortopédico, e o total de internados chega a 142, a maioria vítimas de traumas. A situação é ainda mais complicada pela paralisação parcial do serviço de anestesiologia, também causada por atrasos nos pagamentos, o que ameaça a capacidade cirúrgica do hospital.
A diretora técnica, Patricia Leal, alertou que os pacientes internados não estão conseguindo realizar seus procedimentos em tempo hábil, e o número de casos acumulados aumenta diariamente, gerando um risco direto de morte devido a complicações como infecções generalizadas, embolias pulmonares, perda funcional grave e óbitos evitáveis.
Diante desse cenário crítico, a diretora anunciou uma série de medidas emergenciais para garantir a segurança e a vida dos pacientes internados, que incluem:
- Interrupção imediata do Pronto Atendimento para casos ortopédicos, vítimas de trauma e politrauma, e restrição total aos novos atendimentos de especialidade de Ortopedia, devido à inviabilidade técnica e operacional.
- Redistribuição de todos os pacientes, priorizando a gravidade clínica dos 142 internados.
- Protocolos emergenciais de transferência imediata e segura para hospitais que tenham capacidade de atendimento anestesiológico adequado.
- Reorganização urgente dos pacientes sob a supervisão de médicos de outras especialidades, incluindo Ortopedia e Anestesiologia, além de áreas críticas como Urologia e Radiologia Intervencionista, que são essenciais no manejo de urgências e intercorrências cirúrgicas.
Patricia Leal reiterou a disposição da equipe para colaborar e unir esforços na superação dessa grave situação.
