Saúde alerta para riscos de canetas emagrecedoras irregulares e reforça diretrizes de tratamento em MS
Diante do aumento de casos de obesidade e da circulação de canetas emagrecedoras vendidas ilegalmente em Mato Grosso do Sul, especialmente em cidades próximas à fronteira, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) emitiu um alerta reforçando os riscos associados ao uso desses produtos e a importância de seguir orientação médica.
Segundo a Coordenação de Vigilância Sanitária Estadual (Cvisa), versões manipuladas, importadas sem registro ou comercializadas por redes sociais e clínicas sem autorização representam grave ameaça à saúde. Esses produtos não passam por controle de qualidade e podem conter toxinas, impurezas ou até bactérias.
“Essas canetas importadas sem registro na Anvisa não têm qualquer garantia de eficácia ou segurança. É essencial que a população busque acompanhamento médico e evite medicamentos de origem duvidosa. A prevenção da obesidade deve ser baseada em informação, hábitos saudáveis e orientação profissional”, afirmou o farmacêutico Alexandre Tutes, da Vigilância Sanitária Estadual.
A SES orienta que denúncias de comércio irregular sejam feitas diretamente à Vigilância Sanitária.
A obesidade é uma das condições crônicas mais comuns tratadas pela Atenção Primária à Saúde em Mato Grosso do Sul. O excesso de peso está ligado ao aumento de doenças como diabetes, hipertensão, dislipidemias e alguns tipos de câncer — responsáveis por grande parte dos atendimentos no SUS.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a proporção de adultos obesos no país cresceu 72% em 13 anos, passando de 11,8% em 2006 para 24,3% em 2023.
Em Mato Grosso do Sul, números de 2024 do SISVAN mostram a seguinte distribuição entre 432.773 pessoas avaliadas:
- 32,76% com sobrepeso
- 23,06% com obesidade grau I
- 10,36% com obesidade grau II
- 5,99% com obesidade grau III
Em 2024, a SES lançou a LCSO (Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade), documento que orienta as práticas de prevenção, diagnóstico e tratamento no Estado. A estratégia está em implementação nas regiões de saúde, com suporte técnico às equipes e integração entre os níveis de atenção.
O Ministério da Saúde reforça que as canetas emagrecedoras — mesmo as regulares — ainda não fazem parte do SUS, devido ao alto impacto financeiro.
A rede estadual de saúde atua com ações contínuas de promoção da alimentação saudável, incentivo ao consumo de alimentos frescos, programas de educação nutricional e criação de ambientes que favoreçam escolhas alimentares equilibradas.
A SES reforça que o tratamento para perda de peso deve ser conduzido por profissionais habilitados e baseado em diretrizes clínicas. Canetas emagrecedoras manipuladas, vendidas sem prescrição ou importadas irregularmente são consideradas ilegais pela Anvisa e representam risco real de intoxicação, reações graves e até morte.
