Uma advogada de 42 anos, suspensa pela OAB e já investigada por diversos crimes contra clientes, foi presa na tarde desta terça-feira (25) em Dourados por exercer ilegalmente a profissão. A identidade dela não foi divulgada pela polícia.
Segundo as investigações, a profissional está afastada das atividades e responde a processos cíveis e criminais — muitos deles por apropriação indébita, crime em que teria se apropriado de indenizações de clientes fingindo que as ações haviam sido perdidas. Os valores desviados ultrapassam R$ 200 mil.
A prisão ocorreu após a advogada comparecer à 2ª Delegacia de Polícia Civil de Dourados acompanhando uma cliente. Mesmo suspensa, ela:
- orientou depoimentos,
- participou de atos formais do inquérito,
- e assinou documentos como se estivesse regularmente habilitada.
A conduta foi percebida pelos próprios policiais durante procedimentos internos. Ao confirmarem que ela estava impedida de exercer a advocacia, os agentes a autuaram em flagrante pelos crimes de falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão.
A Polícia Civil informou que todos os atos foram acompanhados por advogados devidamente inscritos na OAB, garantindo respeito às prerrogativas e aos direitos da investigada.
Conforme apontado pela investigação, em vários dos processos nos quais ela é ré houve dificuldade para localizá-la, sugerindo tentativa de ocultar o próprio paradeiro para escapar de citações judiciais.
Diante do histórico e do risco de fuga, o delegado representou ao Poder Judiciário para que fosse aplicada monitoração eletrônica. A decisão ainda não foi anunciada.
A apropriação indevida de indenizações por parte de advogados tem se tornado recorrente no município. Entre os casos já investigados:
- Uma advogada é acusada de reter R$ 42 mil de clientes, dizendo que os processos ainda estavam em andamento mesmo após receber os valores.
- Outro advogado, identificado pelas iniciais J.R.M.S., teve a absolvição revertida e foi condenado por apropriação indébita majorada ao reter R$ 11.055,41 de indenização do seguro DPVAT por oito meses.
Um terceiro profissional, de 40 anos, responde a três ações semelhantes e teria se apropriado de mais de R$ 250 mil — hoje tenta comprovar insanidade mental para escapar da condenação.

