Com o caos na saúde de Campo Grande, dia sim e outro também são registradas reclamações por parte dos moradores da periferia da cidade. Agora, o problema da vez é no Bairro Jardim Botafogo, onde a comunidade relata dificuldades para conseguir atendimento médico na unidade de saúde da região.
Conforme o site TopMídiaNews, a situação envolve consultas desmarcadas, ausência de médicos e falta de informações claras à população. Rose, moradora da região que pediu para ser identificada apenas com o primeiro nome, contou que os filhos tinham consultas agendadas desde o dia 18 de junho, véspera de feriado.
Ao chegarem na UBS, eles foram informados de que a médica responsável estava de atestado médico. “Falaram que iam ligar para remarcar, mas ninguém ligou. Isso é o que mais revolta, porque a gente perde tempo, trabalho, e não tem nenhum retorno”, desabafou.
Ela afirma ainda que, no dia 17 de junho, outra filha chegou a ser atendida por “estagiários” – possivelmente residentes – mesmo a médica já estando afastada. E questionou o motivo dos filhos no dia seguinte não serem atendidos também.
Após reclamações, a família conseguiu remarcar a consulta apenas para o dia 30 de setembro, mas a situação se repetiu. A mulher fala que foi explicado que a médica já estava de licença-maternidade havia dez dias, mas ninguém avisou que não haveria médicos para consulta antes de irem até a unidade de saúde. “Voltaram para casa sem consulta”, relatou.
Além da indignação, a família destaca o prejuízo causado pela falta de médicos. “Meu filho toma remédio controlado para a tireoide. Ele precisava mostrar os exames para a médica em junho, mas até hoje não conseguiu. Se não fosse a professora da minha filha, que faz técnico em enfermagem, a gente nem saberia que os exames estavam normais. Ele também sente falta de ar e precisa de novos exames, mas como vai pedir se não tem médico?”, questiona a moradora.
Segundo ela, a unidade de saúde estaria sem médico por até oito meses, período estimado da licença da profissional. A população, cansada da situação, já recorreu à ouvidoria do SUS, mas alega que apenas a imprensa pode dar visibilidade ao problema. “A gente só consegue ser ouvido quando aparece na mídia. Se não for assim, nada acontece”.
