Apesar de ser o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira foi poupado do relatório final da CPI do Ônibus, criado pela Câmara Municipal para investigar a qualidade do serviço de transporte coletivo urbano de Campo Grande.
Ele substituiu João Resende no cargo e deu sequência às irregularidades apontadas pela própria CPI, mas, estranhamente, ficou de fora do relatório final da comissão.
No dia 30 de junho, Themis foi flagrado pelo site Midiamax deixando a sala da presidência da Câmara de Vereadores em meio às tramitações da CPI. Naquele episódio, a visita seria com o presidente da Casa de Leis, vereador Papy (PSDB), mas não se concretizou devido a desencontro de agenda.
Quem atendeu Themis foi o líder de gabinete de Papy, às 15h, fora do horário de expediente legislativo da Câmara Municipal. No horário vespertino, a maioria dos gabinetes já estão fechados e as atividades se restringem às demandas administrativas.
Ao avaliar a repercussão do ‘flagra’ na porta da presidência, em junho, Papy disse que Themis ‘deu azar de encontrar alguém do Midiamax‘, mesmo achando normal tal encontro em meio à investigação que pode implicar na intervenção do contrato bilionário.
Papy negou que o relatório pudesse livrar Themis, a quem já mencionou anteriormente como um conhecido de longa data. “A minha informação é a que tivemos acesso do relatório, qualquer coisa fora do relatório eu não tenho conhecimento”, disse.
Contudo, apesar de se amparar no relatório ao afirmar crer que todos os diretores do Consórcio seriam implicados, o próprio presidente da CPI, o vereador Livio Leite (União), confirmou ao Midiamax que as investigações não recaem aos atuais diretores, tanto do grupo empresarial que controla o serviço quanto das agências reguladoras do município.
“Na verdade, não entraram nem os dirigentes atuais da Agereg, Agetran e Consórcio devido ao lapso temporal de apuração, que vai até dezembro de 2024. A gente estava apurando as cláusulas do TAG [Termo de Ajustamento de Gestão], que se encerrou em dezembro de 2024. Por uma questão até de cuidado, a gente não extrapolou os limites que nós determinamos nos fatos determinados. Então, nenhum está cumprindo, nem a Prefeitura nem o Consórcio estão cumprindo. Só que nós poupamos tanto os dirigentes da Agetran e da Agereg deste ano e o dirigente do Consórcio; mas os demais dirigentes do Consórcio, todos estão inseridos nos pedidos de indiciamento”, afirmou Lívio.
Segundo Leite, a alternativa adotada para implicar os atuais chefes foi solicitar ao Tribunal de Contas a reabertura do TAG para fiscalização na Agetran e Agereg, e, consequentemente, repercutindo nas ações do Consórcio.
Quando assumiu o Consórcio em janeiro, a promessa de Themis era garantir o progresso do transporte coletivo. Oliveira afirmou, no início da sua jornada à frente da empresa, que estaria “pronto para fortalecer um transporte público que reflita o espírito de progresso e desenvolvimento” da Capital.
Nove meses depois, a gestão do atual diretor-presidente do Consórcio é a continuidade de um sistema sucateado, ineficiente e pouco transparente com o cidadão campo-grandense, marcado por denúncias evidenciadas pela CPI, mas que não o implicaram ao final das investigações.
Vai vendo!!!