Preso por corrupção desde o dia 9 de setembro, o prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), lucrou com fraudes praticadas durante a pandemia da Covid-19, nos anos de 2019 a 2021, quando milhares de pessoas morreram em todo o mundo.
O MPE (Ministério Público Estadual) apontou que, logo após ele vencer a eleição em dezembro de 2020, os acertos escusos começaram. A investigação obteve dados de quebra de sigilo telefônico, aplicativos de mensagens, dados bancários e registros públicos para embasar a acusação.
Na decisão que autorizou a operação contra o prefeito, o desembargador Jairo Roberto de Quadros, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), divulgou que, quando Henrique Wancura estava na iminência de tomar posse para o primeiro mandato, o empreiteiro Sandro Bortoloto – dono da Angico Construtora – procurou Valdecir Batista Alves para dizer que ‘’teriam muito trabalho’’ com o início do mandato.
Em 2021, a investigação diz que a roubalheira começou com uma contratação fraudulenta, direcionada para a Construtora Angico para dedetizar os prédios públicos de Terenos. Foi dito pelo MPE que o prefeito mandou mensagem para Sandro Bortoloto, dizendo que Valdecir Alves repassaria a ele os detalhes sobre a dedetização de dez escolas.
E o grande detalhe mora aí: ainda não havia sido lançada nenhuma licitação, mas o empresário já tinha certeza que ganharia. “No dia 21/02/2021 Sandro já possuía o quantitativo do serviço de dedetização, e então o apresentou a Tiago Lopes de Oliveira, chefe de gabinete de Henrique Wancura, o valor do serviço, de R$ 1 por metro quadrado de dedetização. O preço por todo o serviço ficou R$ 170 mil, devido à área total de 169.580 m²”, trouxe trecho do inquérito.
Após a planilha do serviço de dedetização ser apresentada em reunião entre o prefeito, Sandro Bortoloto e Tiago Lopes, a Angico sagrou-se vencedora do certame.