Com o tarifaço do presidente dos EUA que impôs taxas de até 50% para os produtos brasileiros, a carne que o Brasil produz e, principalmente, a que MS exporta foi afetada. No entanto, a mobilização de setores públicos e privados está dando resultado. A China impulsionou as exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul em agosto deste ano, mantendo posição como principal compradora do estado desse tipo de mercadoria. Os EUA, que ocupavam a segunda colocação, recuaram para o quarto lugar .
A receita com exportações para a China chegou a US$ 91 milhões em agosto, o maior valor já registrado pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems). O faturamento com os envios aos Estados Unidos caiu 46%, saindo de US$ 14 milhões, em 2024, para US$ 7,6 milhões no último mês.
A China ocupa o primeiro lugar entre os países que mais compram carne bovina de Mato Grosso do Sul desde o início do ano, segundo os dados da Fiems. Os Estados Unidos vinham em segundo lugar, mas perderam espaço após tarifaço de Donald Trump. O cenário das exportações da proteína animal do estado tem se reconfigurado, segundo especialistas ouvidos pelo g1.
O recuo nas exportações para os EUA foi compensado pelo aumento das compras da China, que cresceram mais de US$ 61 milhões em relação a agosto do ano passado.
Exportações em agosto de 2025
Em agosto, mês que marcou o início da tarifa de 50%, Mato Grosso do Sul exportou 32 mil toneladas de carne bovina para 52 países diferentes, um crescimento de 34,2% em relação ao mesmo mês de 2024. A receita subiu 65%, de US$ 107 milhões para US$ 178 milhões. A China comprou 51% desse total; os Estados Unidos, apenas 5%.
Desde março deste ano, a China vem ampliando quase 100% ao mês as compras da mercadoria de Mato Grosso do Sul, segundo as informações da Fiems. Para o analista de mercado internacional Aldo Barigosse, o movimento já configura uma tendência.
China protagonista e EUA em queda
A receita com exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul para a China cresceu 205%, passando de US$ 30 milhões em agosto de 2024, para US$ 91 milhões neste ano, o maior valor já registrado na série histórica do Observatório da Fiems.
Enquanto isso, as exportações aos Estados Unidos caíram 54%, de 3 mil para 1,4 mil tonelada. A receita teve queda 46%, de US$ 14 milhões para US$ 7,6 milhões.
O analista de mercado internacional Aldo Barigosse explica que o crescimento das exportações não pode ser creditado apenas às compensações causadas a partir do tarifaço de Trump. Para o especialista, o desempenho é resultado de uma tendência, e não uma reação aos eventos de curto prazo.
Reconfiguração do cenário de exportação
O ranking de países que mais compravam a carne bovina de Mato Grosso do Sul tinha as duas primeiras posições definidas há anos: China em primeiro lugar e os Estados Unidos em segundo.
Com o tarifaço de Trump, o cenário mudou e países antes considerados emergentes na compra do produto de Mato Grosso do Sul ganharam espaço. Em agosto, o ranking de compradores foi:
- China: US$ 91 milhões
- Chile: US$ 16,4 milhões
- México: US$ 11,8 milhões
- Estados Unidos: US$ 7,6 milhões
- Israel: US$ 6,65 milhões
Com infos G1MS