Mesmo com inúmeras denúncias de que os ônibus do transporte coletivo urbano de Campo Grande são verdadeiras latas velhas, o Consórcio Guaicurus, concessionária responsável pela exploração do serviço no município, continua fazendo vistas grossas para o problema, penalizando os passageiros. Levantamento do site Midiamax revelou que os veículos que atendem Campo Grande são mais velhos que a média de frotas no Brasil, que é de 6,5 anos, enquanto na Capital eles têm mais de 10 anos.
Retrato disso é que, ainda conforme o site Midiamax, na manhã de ontem (3) uma passageira foi atingida pela janela de um dos ônibus que fazem a linha 110 – Bairro Parque do Sul quando estava a caminho do trabalho. Trata-se da atendente de restaurante Sarah Helena Oliveira, que levou um susto quando o acidente aconteceu.
“Quando foi fazer a curva, a janela caiu em cima de mim e estourou o vidro todo no meu corpo”, relatou a passageira, que, felizmente, não sofreu grandes ferimentos. Por sorte, ele não teve cortes, nem precisou de atendimento médico, ficando apenas com alguns arranhões.
No entanto, a atendente afirma que o motorista do veículo não teria prestado socorro. “Ficou muito caco preso em mim, dentro da roupa, tudo. Mas, o motorista nem parou para prestar apoio”, lamentou.
O pai dela, Ivonilson Oliveira, compartilhou sua indignação com a reportagem. “Simplesmente despencou um vidro nela e o mais absurdo é que ninguém, sequer, perguntou como ela estava. Nem o motorista, nem um fiscal. Ela poderia ter cortado a cabeça, precisou trocar de roupa porque estava cheia de cacos de vidro”, lamentou.
Depois de saber que a filha estava bem, Ivonilson Oliveira teria ido até o terminal Aero Rancho, destino final da linha 110, pedir esclarecimentos à equipe do Consórcio Guaicurus. “Você acredita que o ônibus está circulando sem o vidro? Eu vi ele passando, com o vidro quebrado, justo na hora que estava conversando com o fiscal”, revelou.
“Que absurdo, é um descaso, a gente fica indignado. Pelo menos, deviam ter perguntado para minha filha se ela estava bem. Ninguém viaja de graça, a passagem é cobrada e minha filha pagou. Então, não é um favor, não é carona”, desabafou Ivonilson Oliveira.
Atualmente, a passagem custa R$ 4,75 aos usuários e a tarifa técnica, cobrada à Prefeitura, é de R$ 5,95. No entanto, o Consórcio Guaicurus teve que subir o valor técnico para R$ 7,79, conforme pedido feito à Justiça. A Prefeitura de Campo Grande recorreu da decisão, que determina 15 dias para o aumento.