Nesta semana, policiais civis de Brasilândia prenderam dois homens gerentes e apreenderam duas caminhonetes em fazenda que pertence a um grupo agropecuário multimilionário. Eles descobriram, após investigação, que seis trabalhadores estavam sendo mantidos em condições análogas à escravidão e morando dentro de curral.
Os trabalhadores estavam alojados em currais para cavalos e depósitos insalubres, sem condições mínimas de higiene, sem transporte, cumprindo jornadas exaustivas de segunda a sábado, com carga superior a nove horas de trabalho, sem receber os salários adequados.
Algumas vítimas relataram que já percorreram longos trajetos a pé até a cidade em busca de atendimento médico, pois na fazenda, não havia nenhum suporte. Outros contaram que compravam produtos de higiene e alimentação diretamente dos patrões, sendo descontado nos salários.
Além disso, os trabalhadores não tinham nem cobertores para se proteger do frio. No momento da ação, a Polícia Civil apurou que cinco trabalhadores foram retirados às pressas da propriedade momentos antes da chegada da equipe policial, numa tentativa de ocultar provas e barrar a fiscalização.
Os homens foram localizados em uma praça pública no centro da cidade mais tarde. No total, seis vítimas foram identificadas até agora, todas vindas de outros estados e sujeitas a condições degradantes e desumanas, violando os direitos humanos e trabalhistas.
A Justiça Federal foi comunicada e os suspeitos continuam presos aguardando a audiência de custódia. Os crimes podem resultar em penas de até 8 anos de prisão. Já as vítimas foram encaminhadas ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que providenciou abrigo e alimentação.