Dados estatísticos relacionados a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, os CACs, divulgados pela Polícia Federal mostraram que, de 2022 para 2024, o número de novos registros despencou drasticamente em Mato Grosso do Sul, caindo de 8.866 para 1.153 registros.
Os números apresentados representam uma queda de 87% nos registros dos CACs em um período de dois anos. Desde 1° de julho, após decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a fiscalização passou do Exército para a PF, que passará a atualizar os dados com base nas informações registradas em seus próprios sistemas.
O levantamento divulgado levou em consideração os registros de armas para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores desde 2001, e mostrou que, desde então, 2022 foi o ano com mais registros de CACs até agora.
Cabe ressaltar que, 2022 foi o último ano em que Jair Bolsonaro esteve à frente da presidência da república. O ex-presidente era conhecido desde que assumiu o poder por facilitar o acesso da população civil às armas.
Em 2018, ano em que Bolsonaro foi eleito, havia apenas 164 armas registradas em nome dos CACs em Mato Grosso do Sul, número que, de acordo com os dados da PF, só aumentou com o passar dos anos.
Levando em consideração os dados ano a ano, de 2019 para 2022, o aumento no número de registros variou entre 112% a 130%. Já nos primeiros seis meses de 2025, foram 568 registros, um aumento de 180% se comparado ao mesmo período do ano anterior.
A queda drástica no cadastro de novas armas de fogo por civis ocorreu após o atual governo federal ter adotado medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Isso porque, em julho de 2023, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reduz o número de armas e munições em posse de civis.
Também foi editado um decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.
Em 2024, o ministro da Justiça e Segurança Pública da época, Flávio Dino, se manifestou sobre essa queda nos registros de armas de fogo por civis, e relatou a diminuição de 6% no número de assassinatos divulgada naquele ano.
“Isso prova cientificamente que não é a proliferação irresponsável de armas que enfrenta a criminalidade, e sim polícias equipadas, preparadas tecnicamente, com planejamento adequado. Sem esquecer, claro, o principal para novas e sustentáveis conquistas: políticas de justiça social, a exemplo de escolas de tempo integral”, escreveu.
Os dados divulgados pela Polícia Federal trouxeram ainda estatísticas sobre armas registradas por colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, com filtros por unidade da federação, categoria, tipo de certificado, calibre e tipo da arma.
Em Mato Grosso do Sul, atualmente são 22.846 caçadores, 16.181 atiradores desportivos e 632 colecionadores, somando um total de 39.659 registros. Além disso, os armamentos mais comuns são pistolas, com 13.229 registros, carabinas, com 13.123 registros, revólveres, com 7.683 registros e espingarda, com 5.583 registros.