PF mira ex-secretário adjunto de Educação e empresários em esquema de fraude milionária

O alvos da Polícia Federal e a CGU (Controladoria Geral da União) na operação Vox Veritatis desta quarta-feira (21-05) são desdobramento de outras duas incursões policiais. São elas a “Mineração de Ouro” e “Terceirização de Ouro”, que também investigaram desvios de recursos públicos federais no âmbito da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul – SED-MS. Também são consequências do que foi apurado por meio da operação Turn Off, deflagrada em 2023.

Parte dos alvos a mandados de busca e apreensão na operação  de hoje são os mesmos que caíram em desgraça em 2023, na Turn Off, como é o caso do ex-secretário-adjunto da SED-MS, Edio Antonio Resende de Castro.

Também foi presa em 2023 e agora aparece novamente como alvo da Polícia Federal Andrea Cristina Souza Lima (ex-servidora da SED-MS) e que era coordenadora de Licitações e Contratos da secretaria.

Empresários

Também foram alvos da operação Vox Veritatis nesta quarta-feira o empresário Leonardo Primo de Araújo, dono da empresa L&L Comercial e Prestadora de Serviços Ltda.

A empresa foi alvo da operação Terceirização de Ouro devido a suspeita de fraudes em um contrato fechado com o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS).

Também recebeu a visita da força policial no Rio de Janeiro o empresário Marcelo Américo dos Reis, que possui negócios naquele Estado e também em Mato Grosso do Sul.

Na casa de Marcelo, no Rio, foram apreendidos R$ 146.800,00 em espécie, enquanto que no apartamento de número 601 do Edifício Hanover, em Campo Grande, quer seria também de propriedade do empresário, a polícia encontrou R$ 363.400,00.

Outro alvo da operação desta terça-feira foi o empresário Elimar Pereira dos Santos, proprietário da empresa Pro-Info Energia, sediada na Capital.

Nota do governo estadual

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul divulgou uma nota afirmando que a Secretaria de Educação e servidores da ativa não foram alvos da Operação Vox Veritatis, realizada nesta quarta-feira.

“O governo estadual acompanha a operação Vox Veritatis e colabora com a apuração. Até o momento, nem a SED (Secretaria de Educação), tampouco servidores ativos, foram alvos das buscas”, diz parte da nota.

O governo afirma ainda que tomará providencia quando tiver acesso ao andamento do processo.

“As providências legais cabíveis serão tomadas tão logo tenhamos acesso e/ou haja andamento no processo. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e lisura na gestão pública, e reforçamos os instrumentos de controle e combate às ilicitudes”.

Operação Vox Veritatis

A Polícia Federal e os demais órgãos de controle envolvidos na Vox Veritatis apuraram que somente dois contratos investigados somam mais de R$ 20 milhões. Um cofre abarrotado de dinheiro foi encontrado pelos investigadores na manhã de hoje em um dos pontos alvo de busca e apreensão.

As investigações apontam que empresários, com a participação de servidores públicos da secretaria, teriam fraudado processos licitatórios por meio da adesão a atas de registro de preços de outros órgãos públicos.

Essa prática teria resultado na contratação de serviços por valores mais altos do que os praticados normalmente.

Atas de preços

Segundo a Polícia Federal, os fornecedores com atas registradas em outros órgãos recebiam garantia de contratação pela SED-MS e, em troca, pagavam uma comissão de 5% sobre o valor contratado aos empresários intermediadores do esquema.

Parte desse valor era repassada a servidores da secretaria.Somente dois contratos investigados somam mais de R$ 20 milhões. A operação é um desdobramento das operações Mineração de Ouro e Terceirização de Ouro, ambas também conduzidas pela PF em Mato Grosso do Sul. Com info Vox MS