Fezes de onça encontrada no pesqueiro onde caseiro foi atacado tinha pelos e fragmentos de ossos

A perícia de MS vai analisar fezes de uma onça encontradas no pesqueiro Touro Morto, no Pantanal, onde o caseiro Jorge Ávalo foi atacado e morto pelo felino no mês passado. Nelas foram encontrados pelos e fragmentos de ossos que agora serão analisados para saber se são humanos e se existe DNA humano para comparar com o de Ávalo.

De acordo como delegado responsável pelo caso, Luis Fernando Mesquita, ainda não é possível afirmar se os vestígios são humanos. Ele adiantou que os exames são complexos e precisa de análise detalhada para se chegar a conclusões exatas.

O material foi entregue à Polícia Civil no dia 25 de abril, um dia após a captura da onça na região do pesqueiro Touro Morto.

Desde então, o felino passou por uma bateria de exames. O animal, que tem cerca de nove anos, está abaixo do peso, mas consome toda a alimentação deixada no recinto. Ele segue estável e é monitorado por câmeras.

Além dos exames de sangue, o ultrassom abdominal apontou alterações agudas no fígado e nos rins, sem sinais de insuficiência até o momento. O laudo do material coletado também indica alterações semelhantes às vistas no exame de imagem, além de um quadro de anemia leve.

Jorge Ávalo foi atacado por onça-pintada nas primeiras horas da segunda-feira (21). A denúncia foi feita por um guia de pesca local, que havia se dirigido ao rancho para adquirir mel com o caseiro.

A suspeita é de que a onça tenha aparecido na casa em que Jorge morava enquanto ele fazia café. O ataque teria ocorrido por volta das 5h30 do dia 21 de abril.

Amigos e parentes acreditam que Jorge se apavorou e tentou correr, mas foi cercado pelo animal no meio do deck que leva até as águas. Ali mesmo, a onça teria partido para cima do caseiro e arrastado seu corpo mata adentro, passando pelo rio.

Ao estranhar sua ausência, encontrou vestígios de sangue e pegadas de animal silvestre de grande porte nas proximidades. As imagens foram enviadas à PMA e também circularam nas redes sociais. Verificou-se que a propriedade contava com sistema de câmeras de segurança, porém os equipamentos não estavam em funcionamento no momento do ocorrido.

Equipes da PMA de Corumbá, Miranda e Aquidauana seguiram até o local, acessível apenas por embarcação – com trajeto de cerca de duas horas a partir do porto de Miranda – ou por aeronave. No local, os policiais encontraram os vestígios e acionaram o GPA (Grupamento Aéreo da Polícia Militar) e a Polícia Civil, que transportaram o delegado e o perito criminal até o pesqueiro. Com infos CGNews.