Dados divulgados pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, com base em notificações do SINAM (Sistema de Informação de Agravos e Notificações), revelam que, no período de 2023 a 2024, foram 25.989 acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul. Apenas em 2023, foram 11.831 registros, enquanto no ano passado foram mais 14.158, ou seja, um aumento de 19% no período de um ano.
É preciso levar em consideração que acidente de trabalho é aquele que ocorre durante o serviço ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, resultando na perda ou redução da capacidade para o trabalho e, em último caso, morte.
As principais notificações são acidente de trabalho grave, câncer relacionado ao trabalho, dermatoses ocupacionais, acidente de trabalho com exposição a material biológico, intoxicação exógena relacionada ao trabalho, lER/DORT, perda auditiva induzida por ruído (PAIR) relacionada ao trabalho, pneumoconioses relacionadas ao trabalho, transtornos mentais relacionados ao trabalho e acidente de trabalho grave envolvendo crianças e adolescentes (0 a 17 anos).
Os números foram oficialmente notificados ao Ministério da Saúde e contabilizados no SINAN. Vale ressaltar que muitos casos não são registrados pelos empregados e que os números existentes estão fora da realidade. Dados do SINAN ainda apontam que Campo Grande é a 25ª cidade do Brasil com maior número de registros.
Além disso, o relatório mostra que os casos de adoecimento mental no ambiente de trabalho vêm aumentando no Estado. Em 2024, cerca de 30% dos afastamentos por saúde mental foram por depressão e 33% por transtornos de ansiedade. Os setores com maior número de notificações são administração pública (17%), serviços hospitalares (14%) e setor bancário (8%).
Em 2024, 6.982 benefícios previdenciários de saúde mental foram concedidos a funcionários, enquanto em 2023 esse número foi de 4.597, portanto, o aumento é de 52% em um ano. A jornada de trabalho diária da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no Brasil, geralmente, varia de 8 a 6 horas.
Funcionários relatam casos de exaustão, esgotamento mental, estresse, depressão, ansiedade, descuido no ambiente de trabalho e falta de valorização profissional por parte da empresa.
Cada vez mais empregados são diagnosticados com a Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, que é uma condição psicológica caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização profissional, resultante de estresse crônico no trabalho. É uma condição que afeta tanto o físico quanto o mental, e pode levar a problemas de saúde e de desempenho no trabalho.