Jogo de corpo! Sem Francisco Cezário, repasse da CBF ao futebol do Estado cai quase pela metade

Com o afastamento de Francisco Cezário do comando da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), o repasse da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) teve redução de 46%, conforme apontou balanço financeiro aprovado no mês de abril deste ano.

De acordo com o Correio do Estado, de janeiro a maio do ano passado, o ex-presidente recebeu R$ 2.391.138,46 da CBF, mas, ao fim desse período, ele foi preso por desvio de recursos da entidade e acabou afastado por decisão judicial. Com isso, Estevão Petrallás assumiu interinamente a presidência da FFMS e recebeu R$ 1.285.655,48 para administrar a gestão entre junho e dezembro último.

Francisco Cezário, que é investigado por corrupção e desvio de quase R$ 6 milhões dos cofres da FFMS entre setembro de 2018 a fevereiro de 2023, tem uma boa relação institucional com Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da FFBA (Federação de Futebol da Bahia) e atual mandatário da CBF.

Ao longo dos últimos anos, a FFMS está entre uma das “queridinhas” da entidade máxima do futebol brasileiro. Em 2021, por exemplo, comandada por Francisco Cezário, a entidade recebeu a “bagatela” de R$ 180 mil mensais, ficando atrás apenas de outras quatro federações.

No total, naquele ano, o futebol do Estado, terceiro pior no ranking das federações, foi contemplado com R$ 2,15 milhões, sendo que a maior parte dos estados recebeu R$ 1,2 milhão. À época, somente os estados do Pará, Paraná, Goiás e Santa Catarina receberam um pouco mais, enquanto o Paraná recebeu R$ 3 milhões.

Em linhas gerais, a “mesada” repassada pela CBF às federações estaduais é de R$ 1,2 milhão, contudo, algumas entidades recebem “regalias” que auxiliam no pagamento de árbitros, organização dos campeonatos nacionais realizados nos estados, como as Séries B, C e D, Copa do Brasil, montante utilizado para pagamento de controle de dopagem, arbitragem, entre outros gastos, condições as quais a FFMS se enquadrou ao longo dos últimos anos, apesar do insucesso esportivo dos clubes.

Com superávit de R$ 370 mil entre junho e dezembro, a gestão de Estevão Petrallás também sofre com críticas. No cargo desde maio de 2024, Estevão, que seguirá no comando até 2027 com um salário de R$ 215 mil, prometeu recolocar o futebol sul-mato-grossense nos trilhos.

Eleita no início de abril, a atual gestão é criticada nos bastidores, desta vez, pela aprovação financeira última, que não passou por assembleia, como determina o estatuto da CBF.

“Art. 35 — A aprovação de qualquer matéria em Assembleia Geral, de natureza administrativa, será efetuada por maioria simples de voto dos que comparecerem às respectivas Assembleias Gerais, ressalvada exigência legal ou estatutária de quorum especial para aprovação.”

As contas passaram por auditoria e foram encaminhadas à CBF, que na última terça-feira (29) divulgou o balanço geral com uma receita bruta de R$ 1,5 bilhão em 2024. O valor supera em mais de R$ 300 milhões o que havia sido arrecadado em 2023, superávit de R$ 107 milhões.