O genro da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), o servidor público comissionado Nivaldo Thiago Filho de Souza, nunca foi preso por atropelar e matar com uma lancha o pescador a Carlos Américo Duarte, em 1º de maio de 2021, no Rio Miranda, na região conhecida como “Touro Morto”, no município de Miranda (MS).
Conforme o Correio do Estado, mesmo tendo confessado que ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica antes de pilotar a lancha e não ter habilitação para embarcações fluviais e marítimas, ele continuou em liberdade e passou os últimos quase quatro anos responde ao processo judicial no cargo comissionado que ocupa na Secretaria Estadual da Casa Civil.
No próximo dia 23 de maio, Nivaldo Thiago Filho de Souza passará pela última audiência de instrução, quando a data do julgamento será decidida, sendo que o réu tem grande possibilidade de ser julgado em júri popular.
Na época, segundo o processo, ele chegou a ser ouvido pela Polícia Civil, na Delegacia de Miranda, para dar sua versão dos fatos que culminaram no acidente, porém, nunca ficou detido, mesmo depois de ter afirmado para a PRF (Polícia Rodoviária Federal), conforme informa o boletim de ocorrência registrado pela corporação, que teria consumido quatro cervejas de 250 ml na manhã do dia do acidente, tendo a colisão ocorrido por volta das 12h.
De acordo com os autos do processo, não foi identificado pelos policiais rodoviários federais que o abordaram na BR-262 que ele apresentava sinais de embriaguez e também não foi comprovado que o suspeito estava alcoolizado, já que Nivaldo Thiago Filho de Souza se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Durante a abordagem, o genro da deputada Mara Caseiro informou aos policiais que ele, sua esposa e filhos se envolveram em um acidente no Rio Miranda e estavam a caminho do hospital mais próximo para socorrer um de seus filhos, que estava ferido.
Acusado de se negar a prestar socorro às vítimas Carlos Américo Duarte (morto na colisão), Caê Duarte (filho de Carlos) e Rosivaldo Barboza de Lima (piloto profissional da embarcação), o réu informou em depoimento na delegacia que fugiu do local em busca de prestar socorro a seu filho e que não teria omitido ajuda as vítimas, já que pediu para um conhecido, quando chegou na pousada onde estava hospedado, procurar socorro para os feridos no acidente.
Além de prestar esclarecimento na delegacia, Nivaldo também foi levado para o batalhão da PMA (Polícia Militar Ambiental), em Miranda, para que sua embarcação, chamada de “Mamba Negra”, fosse inspecionada. De acordo com processo movido pelo MPE (Ministério Público Estadual), a PMA identificou que ele não tinha habilitação para a embarcação (Arrais), que é obrigatória para pilotar barcos e lanchas nos rios do Estado.