Estudo realizado pelo Ministério da Saúde coloca Mato Grosso do Sul em 4° lugar no ranking nacional de doenças tropicais negligenciadas (DTN) entre crianças de 0 a 11 anos de idade. De acordo com informações da Fiocruz, as DTNs são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas.
Elas são consideradas endêmicas em populações de baixa renda, elas representam desafio persistente e significativo para a saúde global, cuja ocorrência pode implicar o comprometimento do crescimento e desenvolvimento de pessoas, desde a gestação e a primeira infância até a vida adulta.
Como condições crônicas, podem levar a diferentes graus de adoecimento com potencial de danos de natureza física e psicossocial, com estigma e preconceito, redução da qualidade de vida e risco de morte. As DTN possuem carga de morbimortalidade considerável em crianças, mas subestimada.
O levantamento foi realizado com base do registro em doze tipos de DNTs, sendo estas: acidente ofídico, dengue, chikungunya, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, filariose linfática, leishmaniose tegumentar, leishmaniose visceral, oncocercose, raiva humana e tracoma.
Em âmbito nacional, as principais doenças detectadas foram dengue/chikungunya que totalizam 14.322.156 casos em 13 anos. Desse número, 11,5% (1.644.521) em crianças de 0-11 anos, com média anual de 117.466 casos e taxa de detecção média de 312,57 casos por 100.000 habitantes, crescente ao longo do tempo. A maioria dos casos ocorreu em crianças de 7-11 anos de idade e negras, mas com taxas significativas em crianças indígenas.
No enquadramento das mesmas doenças por estado, Mato Grosso do Sul aparece em 4° no ranking, ficando atrás apenas de Acre, Goiás e Tocantins. Entretanto, quando exclui a doença de dengue e chikungunya, o Estado desce para o 14° lugar.
Já em relação aos óbitos, foi concluído que quando incluído as doenças de dengue e chikungunya, as maiores taxas de mortalidade por DTN entre crianças de 0-11 anos foram registradas nas regiões Norte (0,615) óbito por 100.000 habitantes), Nordeste (0,580 óbito por 100.000 habitantes) e Centro-Oeste (0,550 óbito por 100.000 habitantes).