Uma edição extra do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) publicada na sexta-feira (17) trouxe uma lista de devedores do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) e, para surpresa geral, estavam incluídos o ex-prefeito Alcides Bernal e o ex-deputado federal Edson Giroto.
As dívidas e multas publicadas são referentes a vencimentos de 2020 e 2021, sendo que a notificação representa um ultimato do município, que dá o prazo de até 10 dias para a regularização das dívidas e seus acréscimos legais.
Caso os débitos não sejam pagos, a Prefeitura pode penalizá-los em cobrança judicial, por meio de execução fiscal. Além dos dois políticos, a lista de caloteiros inclui bancos, empresários, construtoras e até mesmo órgãos públicos.
No caso de Alcides Bernal, ele é citado duas vezes e tem uma dívida somada no valor de R$ 78.173,37, enquanto Edson Giroto aparece quatro vezes e a dívida somada com o município está no valor de R$ 157.688,12.
Alcides Bernal foi o primeiro prefeito cassado na história de Campo Grande. Em 2008 foi reeleito como vereador pelo PP. Em 2010 ganhou nas urnas para deputado estadual e foi eleito prefeito em 2012, em segundo turno, também pelo PP. Atualmente, ele está inelegível após condenação em 2021 por improbidade administrativa em contratos de limpeza de cemitérios.
Já Edson Giroto ficou à frente da Secretaria Estadual de Obras e Transporte na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB) e também da Secretaria Municipal de Obras Públicas de Campo Grande nos dois primeiros anos de mandato do então prefeito Nelsinho Trad (PSD) e durante os dois mandatos do então prefeito André Puccinelli.
Depois foi eleito como deputado federal e acabou sendo investigado na “Operação Vintém” e preso na “Operação Lama Asfáltica”. Além disso, tem condenação em 4 de setembro de 2019 por agredir um jornalista.
Confira abaixo os outros relacionados:
Ex-deputada federal Carla Charbel Stephanini, citada 3 vezes, deve R$ 69.635,97;
Caixa Econômica Federal, citada 4 vezes, R$ 82.122,18;
Governo do Estado – citado 20 vezes e possui dívida de R$ 435.200,15 em apenas um dos IPTUs; deve no total, R$ 1.094.872,04;
Banco do Brasil, citado 4 vezes, deve R$ 85.863,62;
Banco de Crédito Nacional S/A, citado duas vezes, deve R$ 43.153,65;
Condomínio de Luxo Damha Empreendimentos Imobiliários, citado 5 vezes, deve R$ 129.584,59;
Agência Municipal de Habitação, deve R$ 17.406,12;
Agência de Habitação Popular do Estado, deve R$ 36.390,92;
Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos, deve R$ 16.084,83;
Loja de material de construção Bigolin, já falida, deve R$ 102.682,46;
Hyran Georges Delgado Garcete, condenado por liderar organização criminosa na fronteira, deve R$ 32.007,22;
União Federal – Procuradoria Geral Federal, citada 5 vezes, deve R$ 100.104,57;
Magali Picarelli, ex-vereadora e mulher do ex-deputado estadual Maurício Picarelli, citada duas vezes, deve R$ 75.849,31;
Associação dos Servidores da Assembleia, deve R$ 69.077,41;
Empresário Jaime Valler e familiares, citados 8 vezes, devem R$ 260.057,94;
Bunge Alimentos S/A, companhia dominante no setor agronegócio integrante do “ABCD do Agro”, citada duas vezes, deve R$ 38.048,28;
Prefeitura de Campo Grande, tem um total de 28 débitos, que somados, resultam em uma dívida com o próprio município de R$ 740.054,70.
Multas
Apesar da maioria dos nomes serem referentes a calotes ao IPTU, o documento também apresenta devedores de multas. Entre os nomes, está a incorporadora Rio Doce Administração e Participações Ltda., que tem duas multas ambientais que totalizam o valor de R$ 2.331.896,33.
Outro nome em destaque entre as multas está a Águas Guariroba, concessionária responsável pelos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto de Campo Grande, que tem um débito de R$ 15.354,93, vencido em 4 de março de 2020.
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