Levantamento da PRF (Polícia Rodoviária Federal) apontam que os municípios sul-mato-grossenses de Dourados e Corumbá se destacam como os maiores polos de apreensão de drogas no Brasil. Essas duas cidades, estrategicamente localizadas próximas às fronteiras com Paraguai e Bolívia, respectivamente, desempenham um papel crucial no combate ao tráfico de entorpecentes.
Em 2024, a Delegacia da PRF em Dourados registrou o maior número de apreensões de maconha, haxixe e skunk no Brasil, totalizando 129 toneladas. Já a cidade de Guaíra (PR) ficou em segundo lugar, com metade do valor apreendido na cidade sul-mato-grossense – 60 toneladas -, seguida por Cascavel (PR), com 51 toneladas.
Com relação à cocaína, Corumbá liderou as apreensões no País, com 3,817 toneladas, superando Rondonópolis (MT), que somou 3,207 toneladas, e ainda Dourados, que também apareceu no ranking da cocaína com 2,467 toneladas da droga.
A localização de Dourados, próxima à fronteira com o Paraguai – um dos maiores produtores de maconha do mundo –, facilita o tráfico da droga para o Brasil. Isso porque o entorpecente costuma entrar via Ponta Porã, que faz fronteira seca com Pedro Juan Caballero (PY), passando pela cidade de MS para chegar a Campo Grande e outros estados brasileiros.
De maneira semelhante, Corumbá, vizinha à Bolívia – um dos principais exportadores de cocaína do planeta –, atua como corredor para o tráfico internacional. A pasta base da droga atravessa grandes centros urbanos brasileiros, como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), enquanto a cocaína pura segue para a Europa, consolidando o Brasil como rota logística global do tráfico.
De acordo com as autoridades policiais, quadrilhas utilizam o tráfico de maconha como estratégia de refinanciamento, para compensar perdas oriundas das apreensões de cocaína. Em Dourados, conforme divulgação da PRF, houve um aumento de 80% nas apreensões de drogas entre 2023 e 2024.
Também foram recuperados 101 veículos roubados, apreendidos 15 pistolas, sete fuzis, cinco revólveres e presas 180 pessoas em flagrante. Conforme a PRF, isso é fruto de um maior efetivo e inteligência policial, além do trabalho integrado com várias instituições, como a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Exército, a Polícia Federal, a Polícia Penal, o Departamento de Operações de Fronteira, entre outros.
Em 2024, de acordo com dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), que reúne números das forças de segurança do Estado e do Ministério da Justiça, foram apreendidas 17,602 toneladas de cocaína em MS, valor bem próximo ao encontrado em 2023, considerado ano recorde da série histórica, com 18 toneladas interceptadas.
Com relação à maconha, foram resgatadas 579,432 toneladas. Esse é o terceiro maior valor de toda a série histórica de apreensões da droga no Estado. O recorde ocorreu em 2020, quando foram apreendidas 765,771 toneladas.