Com a alta do dólar frente ao real nas últimas semanas, as vendas para o Natal no comércio da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS), estão em queda. A desvalorização significativa da moeda brasileira frente à norte-americana gerou um cenário de cautela para os empresários fronteiriços.
Segundo o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Turismo de Pedro Juan Caballero, Alejandro Benítez Arañha, o câmbio do real para o dólar em dezembro de 2023 era de R$ 4,95, enquanto em 2024 o valor saltou para 6,22, resultando em uma desvalorização de 25%.
Embora isso tenha levado a um aumento no preço dos produtos importados, Alejandro Arañha acredita que os consumidores brasileiros continuarão a atravessar a fronteira para aproveitar os bons preços dos produtos no Paraguai. “A alta do dólar tem um impacto direto nos preços, mas como os produtos vendidos no Paraguai também são importados, o Brasil reajustou seus preços de maneira semelhante”, disse.
Ele destacou que a inflação é um fator importante nesse reajuste, mas, mesmo assim, acredita que os consumidores brasileiros continuarão comprando no Paraguai, especialmente pela grande diferença de preços em itens importados.
O empresário completou que, apesar da alta da moeda, Pedro Juan Caballero segue sendo um destino atraente devido ao custo mais acessível de eletrônicos, perfumes, vestuário e outros itens populares entre os brasileiros. “Embora a desvalorização do real frente ao dólar seja um desafio, a cidade paraguaia continua recebendo um número significativo de turistas vindos principalmente das principais cidades de Mato Grosso do Sul, como Campo Grande”, revelou.
Além disso, é importante lembrar que existe um limite de compras mensal no Paraguai de 500 dólares americanos para quem atravessa a fronteira por via terrestre, isento de impostos. Este valor abrange todos os itens adquiridos e deve ser respeitado para evitar a cobrança de impostos adicionais na alfândega brasileira.
Dentre os produtos limitados estão as bebidas alcoólicas, cigarros, perfumes e eletrônicos, que possuem limites quantitativos específicos, como 12 litros de bebidas alcoólicas, 10 maços de cigarros, 10 unidades de perfumes, entre outros.