Em 10 meses, BR-163 registrou 709 acidentes e 57 mortes, pior marca desde 2017

Levantamento da PRF (Polícia Rodoviária Federal) revelou que, de janeiro a outubro deste ano, a BR-163, rodovia que corta Mato Grosso do Sul da divisa com o Paraná à divisa com o Mato Grosso, foi cenário de 709 acidentes, que resultaram em 57 óbitos. Os números equivalem a uma média de 71 acidentes por mês, pior índice visto desde 2017, quando foram registrados 877 acidentes, com uma média de 73 acidentes por mês.

Se comparados os óbitos registrados em acidentes, os números mostram que 2024 é mais mortal na rodovia. Os índices apontam para uma média de 5,7 mortes por mês, mais do que a média de 5,1 mortes mensais registradas em 2017. Nos 12 meses daquele ano, 62 pessoas morreram na BR-163.

O ano de 2017 marcou ainda o início de uma queda no número de acidentes. No entanto, em 2020 esses índices voltaram a subir. A BR-163 teve, por muitos anos, o título de “rodovia que mais mata”, sendo que a privatização de 2013 buscava tirar o título macabro do trecho.

Os números de 2015 apontam para uma queda significativa no número de mortos, que foi de 88 para 58 entre 2014 e 2015. No entanto, os índices voltaram a subir, principalmente porque a CCR MSVia não cumpriu com o contrato, que previa a duplicação de todos os 845 km da BR-163, de Mundo Novo, na divisa com o Paraná, a Sonora, na divisa com o Mato Grosso.

O prazo para a duplicação completa terminaria em 2024, mas a concessionária fez apenas a duplicação necessária para iniciar a cobrança de pedágio, de cerca de 155 quilômetros. A rodovia não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer em 2019 que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e até cobrou a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.

O acordo final para a manutenção da empresa na gestão só foi alcançado em 2023, e aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em novembro deste ano. Com essa decisão, espera-se um investimento de R$ 12 bilhões, que incluirá a duplicação de mais 170 quilômetros da via, a construção de uma terceira faixa em outros 190 quilômetros e diversas obras adicionais.