O juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, condenou o empresário Alcides Manuel do Nascimento, 52 anos, por corrupção passiva executada 44 vezes, em esquema investigado na Operação Sangue Frio.
A pena de cinco anos, sete meses e 15 dias refere-se ao recebimento ilícito de verba paga por empresa contratada para fornecer materiais hospitalares para o Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian).
Além da pena, o magistrado decretou o perdimento, em favor da União, de dois imóveis em nome do réu, até o montante atualizado na data da denúncia, que era de R$ 1.330.170,97. Conforme despacho, a sentença deve ser cumprida em regime semiaberto. O réu poderá recorrer em liberdade.
O esquema teria como executor principal o então diretor-geral do HU, José Carlos Dorsa, que colocou Alcides do Nascimento como sócio da Cardiocec Serviços Comércio e Representações S/S. A conta da empresa recebia os valores, que posteriormente eram repassados para conta privada dos dois, sendo usado para compra de carro, casa e pagamento de cartão de crédito.
Em 2013, a operação foi tema de reportagem nacional e, ao ser confrontado pelo Fantástico sobre a investigação, Alcides do Nascimento perguntou o que era o programa e respondeu, justificando porque não o conhecia: “É que eu moro em Paris, na verdade”.