Os fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) identificaram falha de dois proprietários rurais para ignição de incêndio no Pantanal e aplicaram multa no valor de R$ 100 milhões.
A fiscalização envolveu averiguações durante mais de 20 dias e resultou em uma das maiores multas ligadas a uma só propriedade no município de Corumbá (MS) por conta de incêndios florestais no bioma pantaneiro.
As infrações foram lavradas nesta semana e ainda cabe recurso por parte dos autuados. Após análise de dados, esse incêndio acabou devastando uma área de 333 mil hectares, o equivalente a mais de duas vezes o território da cidade de São Paulo (SP).
O Ibama apontou que a ignição gerou danos para mais de 130 fazendas. “A área é a maior já devastada por incêndio provocado por uma única propriedade este ano no Pantanal, abrangendo, também, outros 135 imóveis rurais afetados pelo fogo”, informou o órgão federal.
Os dados mostraram que o fogo teve início em vegetação nativa do Pantanal, no interior do imóvel autuado. As condições climáticas da região favoreceram para a propagação e o incêndio levou 110 dias para ser controlado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). Também atuaram na região os Bombeiros de Mato Grosso do Sul, além de brigadas de outras fazendas.
Houve a constatação de ilícitos ambientais e, por conta disso, os dois responsáveis pelo imóvel rural foram identificados e multados por danificar vegetação nativa do Pantanal com uso de fogo sem autorização do órgão ambiental competente. Toda a área incendiada foi embargada pelo Ibama para permitir sua regeneração e projeto ainda precisará ser apresentado para aplicar medidas de plantio.
“O fogo causou danos ambientais severos a vegetações típicas do bioma Pantanal e impactou diretamente aos animais silvestres, com aumento de sua mortalidade e diminuição de substratos e recursos alimentares, dificultando sua sobrevivência. A fumaça gerada contribuiu para o aumento da poluição do ar em grande parte das cidades brasileiras, liberando poluentes atmosféricos, incluindo material particulado, gases tóxicos e compostos orgânicos voláteis. Esses gases e compostos favorecem a mudança climática ao potencializar o efeito estufa, além de gerar sérios riscos à saúde humana”, detalhou a fiscalização do Ibama.