O ex-vereador Marcelo Bluma, presidente estadual do PV e candidato a vereador por Campo Grande, foi denunciado à Polícia Federal após ter recebido do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) R$ 422,2 mil, enquanto candidatos de Dourados, segundo maior cidade do Estado, reclamam de falta de investimento.
Segundo o site Investiga MS, Jeferson Bezerra, candidato a vereador em Dourados, afirma que o presidente estadual do partido lhe informou que a legenda não repassará nenhum valor, justificando que não tem dinheiro.
O candidato a vereador apresentou denúncia no Ministério Público Eleitoral e na Polícia Federal por crime eleitoral. Ele revelou que Marcelo Bluma teria orientado uma candidata do partido a solicitar recurso de R$ 40 mil, sendo que ela ficaria com R$ 10 mil e repassaria o restante para ele.
A candidata teria, segundo Jeferson Bezerra, gravado a conversa de 26 minutos, que será anexada à denúncia. O candidato afirma que o partido tem direito a R$ 931 mil do FEFC, que deveria ser distribuído aos 17 homens e 11 mulheres que concorrem em 11 municípios.
Além de Marcelo Bluma, a Professora Ébner também concorre na Capital e recebeu R$ 200 mil do partido. Marcelo Bluma disse que desconhece a reclamação sobre o repasse do Fundo Eleitoral.
“A distribuição do FEFC é feita pela Direção Nacional, seguindo um critério da estratégia nacional do PV. Nacionalmente, ficou estabelecido que são prioritárias para recebimento dos recursos, os candidatos e candidatas a prefeito, vice-prefeito e vereadores de capitais. A Executiva Estadual não recebeu nenhum repasse do FEFC para o estado. Os repasses estão sendo feito diretamente pela Executiva Nacional, porque ela terá que comprovar o cumprimento das cotas. Com relação a fazer denúncias, cada cidadão é parte legítima para apresentá-las, mas fazer denunciação caluniosa é crime nos termos do Código Penal”, declarou.
Marcelo Bluma ressalta que existe um desejo de receber recursos do FEFC, mas que a Direção Nacional não conseguirá atender, porque os valores recebidos pelo PV são bem menores que os valores recebidos pelas grandes legendas.
“Isso acontece até mesmo com os grandes partidos. Por isso, a lei eleitoral não obriga que os partidos distribuam igualitariamente os recursos, mas que façam isso seguindo suas estratégias para cada eleição”, concluiu.
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