Laudo diz que velocidade de Porsche foi decisiva para matar motoentregador. Inquérito vai andar?

O laudo pericial entregue para a Polícia Civil apontou o excesso de velocidade como fator determinante para que a colisão entre o Porsche Cayenne, conduzido pelo empresário Arthur Torres Rodrigues Navarro, 33 anos, e a motocicleta pilotada pelo motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, 39 anos, fosse fatal.

De acordo com o laudo, se o motorista do Porsche, avaliado em R$ 1,2 milhão, tivesse respeitado a velocidade máxima da Rua Antônio Maria Coelho, ou seja, os 40 km/h, o acidente que matou o motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira poderia ter sido evitado.

A delegada de Polícia Civil Priscilla Anuda, titular da 3ª Delegacia de Polícia Civil, informou que perícia apontou que Arthur Navarro estava a 90 km/h quando o acidente aconteceu. O significa que o empresário estava a 49,4 km/h acima do limite da via.

Conforme o documento, pela distância que Hudson Ferreira percorreu até chegar ao local onde foi atingido pelo Porsche, de Arthur Navarro, a motocicleta não estava nem a 20 km/h, ou seja, menos da metade da velocidade permitida.

No documento, é explicado que “é preciso quantificar o excesso de velocidade, com o objetivo de analisar a evitabilidade do evento”. Pelo laudo, se o Porsche estivesse trafegando a 40 km/h, o motoentregador teria 8 segundos para se deslocar até o local onde ocorreu a colisão.

“Sendo que a 20km/h, ele conseguiria se deslocar por 48 metros, distância esta suficiente para que a colisão fosse evitada. Portanto, o excesso de velocidade do veículo V2 [o Porsche] deu causa ao evento”, afirmou.

O laudo ainda apontou também que a perícia não encontrou vestígios de frenagem do Porsche na via. “Bem como avançou semáforo com iluminação vermelha sem cautela de estilo”, complementa o laudo.