Quando o Atlas cita Mato Grosso do Sul nas estatísticas apresentadas, de acordo com a pesquisa do IPEA, há 90 assassinatos que não foram registrados em 2022 e, em um período de 11 anos, o IPEA estima que 495 homicídios foram ocultados pelo Estado. Questionado pela reportagem sobre os dados, a Sejusp informou que em Mato Grosso do Sul não há casos subnotificados de homicídios dolosos.
“Aqui existe um procedimento em que todos os casos de morte com sinais de violência, e que por ocasião do registro da ocorrência não passa a ser descrita como crime, são registrados como morte a esclarecer, gerando uma investigação por parte da Polícia Civil, inclusive os casos de acidentes domésticos com morte. Durante as investigações, se for verificado que se trata realmente de um homicídio, o boletim de ocorrência é editado e o fato passa a ser computado como tal nas estatísticas oficiais do Estado”, explicou em nota.
A Sejusp ainda acrescentou no seu posicionamento o modo no qual o IPEA realiza a pesquisa nacional. “A pesquisa do IPEA foi feita no aspecto amplo e não levou em consideração os dados oficiais de Segurança Pública, além de não considerar fatores regionais, como é o caso de Mato Grosso do Sul, no qual são registrados os casos de morte violenta em que no momento da ocorrência já caracteriza um crime (homicídio, lesão corporal seguida de morte, feminicídio, infanticídio, latrocínio, entre outros)”, disse na nota.