O ex-capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, o “PX”, que teve o filho executado em seu lugar a mando de Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, foi preso hoje pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) do Paraná como um dos alvos “Operação Money Poup”, que cumpriu 37 mandados judiciais nas cidades paranaenses de Sarandi, Maringá e Santa Fé.
Ele deixou Mato Grosso do Sul após o assassinato do filho, o acadêmico de Direito Matheus Coutinho Xavier, em 2019. O jovem foi executado enquanto manobrava a caminhonete do pai, na rua de casa, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande.
A investigação da Operação Omertà apurou, à época, que o universitário foi morto por engano e que os tiros de fuzil AK-47 eram destinados ao ex-capitão PM, considerado traidor pelos Name, acusados de formar milícia armada para sustentar negócios ilegais.
No Paraná, PX trabalhava como despachante e abriu empresa, a Poup Tempo, para atuar no ramo em março do ano passado, conforme CNPJ cadastrado na base de dados da Receita Federal.
De acordo com o apurado pelo site Campo Grande News, PX e a empresa eram alvos de mandados de busca e apreensão, mas acabou ele preso em flagrante com munições ilegais.
Contra ele, também pesa ordem de recolhimento domiciliar com monitoração eletrônica. A Money Poup investiga possíveis crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento público e lavagem de bens, direitos e valores relacionados à 86ª Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito), com sede em Sarandi.
O chefe e um servidor público da unidade, além do assessor de um vereador de Maringá, foram afastados cautelarmente dos cargos por aparente envolvimento nos fatos apurados.
A investigação que teve início em março de 2023, mesmo mês da abertura da empresa de PX, quando o Gaeco de Maringá recebeu informações sobre um possível esquema de venda de informações privilegiadas por parte de servidores do Detran-PR (Departamento Estadual de Trânsito) do Paraná para determinado despachante.
O avanço da apuração identificou empresas e pessoas físicas que seriam beneficiárias do esquema. “Funcionava da seguinte forma: os servidores da Ciretran, com acesso a dados de condutores de veículos, vendiam as informações para despachantes, duas clínicas de exames toxicológico e uma empresa de placas. O servidor pegava essa informação confidencial uma informação que era do banco de dado do Detran e compartilhava os dados pessoais de um usuário do sistema viário, inclusive telefone celular, para o despachante entrar contato com essas pessoas e oferecer os serviços”, afirmou o promotor de Justiça Marcelo Alessandro da Silva Gobbato.