Dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal) alertam que o número de registros de acidente e de mortes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul cresceu até 48% nos últimos quatro anos.
Em 2019, foram registrados 1.436 acidentes e 124 óbitos nas ocorrências, enquanto no ano passado foram 1.726 acidentes e 184 mortes, crescimento de 20% no número de acidentes e de 48% no de óbitos.
De acordo com a PRF, as rodovias federais mais perigosas do Estado seguem sendo a BR-163 e a BR-262. “As BRs do Estado com maior número de acidentes no último ano são, respectivamente, BR-163 e BR-262, o que está diretamente relacionado ao maior fluxo de veículos nas rodovias”, disse a corporação em nota.
Questionada sobre os principais motivos de acidentes nas rodovias do Estado, a PRF acredita que a desatenção dos motoristas durante a viagem são a principal causa.
“Grande parte dos acidentes nas rodovias tem como causa principal fatores relacionados ao comportamento dos condutores. Alguns exemplos são a ausência de reação ou reação tardia do condutor, que podem estar relacionadas a fatores como distrações, embriaguez ou até mesmo sonolência ao volante; outros exemplos são o excesso de velocidade e as ultrapassagens mal sucedidas”, analisou.
Um levantamento feito pelo inspetor da PRF, Tércio Baggio, que registrou nas rodovias do Estado a velocidade do tacógrafo de 40 caminhões ao longo da pista, em um período de dois meses (junho e julho de 2023) mostra que boa parte dos condutores ultrapassam os limites de 90 a 110 km/h nas vias, chegando a 147 km/h de picos de velocidade.
A BR-163, principal rodovia federal que corta Mato Grosso do Sul, de norte a sul, conhecida como a “rodovia da morte”, no último ano voltou a ter aumento de acidentes e mortes, estando próximo ao número de ocorrências da época em que o trecho do Estado não era privatizado.
Segundo os dados da PRF, o número de óbitos nas rodovias federais em 2023 decorrentes de acidentes foi de 184. Só na BR-163 este quantitativo foi de 64, ou seja, 34% das mortes que ocorreram em estradas federais no Estado, aconteceram nesta via.
Se comparado a dados anteriores a duplicação da BR-163, que é gerenciada pela CCR MSVia, entre janeiro e julho de 2014, o número de mortes também foi de 64, mostrando que em sete meses o número de vítimas de acidentes nessa rodovia já estava no mesmo patamar de mortes que ocorreram em todo o ano de 2023, o que explica o apelido.
Apesar da clara diminuição de acidentes com mortes desde quando a CCR investiu na BR-163, com registros de 38 mortes em 2018 e 41 em 2019, que podem ser reflexos de investimentos da empresa em reparos na pista e duplicações em alguns trechos da rodovia, as mortes voltaram a aumentar desde o ano passado.