Os vereadores de Campo Grande aprovaram, ontem (9), o projeto de concessão do sistema de estacionamento rotativo (SER) depois de mais de um ano da suspensão do contrato com a Flexpark e, consequentemente, da cobrança e fiscalização dos parquímetros na região central.
As agências municipais de Transporte e Trânsito (Agetran) e de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) ficaram responsáveis por estabelecer e regulamentar a exploração do sistema. Estudos dessas agências já apontam a para uma ampliação de quase quatro mil vagas, já que o sistema antigo tinha a cobertura de 2.458 pontos, enquanto o novo prevê cerca de 6,2 mil espaços para estacionamento.
O próprio texto do projeto explica que essa regulamentação visa dar “maior dinamismo” nas atividades econômicas das áreas com grande fluxo de veículos, pedido reforçado por alguns comerciantes, já que as vagas antes rotativas passaram a ficar todo o dia ocupadas, sem a devida fiscalização.
“Quem vem trabalhar e vão embora às seis horas da tarde, fica o dia inteiro ocupando a vaga, e isso para o comércio é muito ruim. O estacionamento rotativo oxigena esse setor”, comentou o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, durante a sessão na Câmara.
Ainda, sobre o período estimado de 15 anos (já estipulado em uma primeira apresentação do projeto na Casa de Leis), Janine defende que período pequeno de tempo, cinco ou seis anos, por exemplo, se torna inviável e seria fatal para a própria licitação.
Nesse sentido, o líder do Executivo na Câmara Municipal, vereador Beto Avelar, complementa que em cinco ou dez anos “o investidor não recuperaria o investimento”.
A sessão chegou a ser suspensa para que os vereadores discutissem – à parte – as emendas que começaram a surgir no projeto. Durante a sessão, o presidente da Casa, Carlos Augusto Borges, o “Carlão”, apontou que mesmo seu partido tendo um candidato nas próximas eleições, defendeu que os parlamentares poderiam falar “não”, apesar de que não ganhariam nada com isso, sendo necessário votar a favor da cidade.
“O que a Câmara está votando, é que o comércio está ferrado e morto. Até para o prefeito que vai entrar [seja Beto; Adriane ou Rose] já pega uma cidade mais organizada, principalmente na questão do estacionamento”, disse ele na Casa.
Alegando que esse sistema não requer grande complexidade de investimentos, a vereadora Luiza Ribeiro – a favor do projeto – pediu que o prazo de concessão fosse de cinco anos a serem prorrogados por mais cinco, o que foi reprovado em votação.
Aprovado com 21 votos favoráveis, com as emendas 5, 6 e 10, prevendo 12 anos de concessão inicial, os seguintes parlamentares votaram não: Ayrton Araújo, Dr. Victor Rocha, Luiza Ribeiro, Prof. André Luís, Tabosa e Zé da Farmácia.