Segundo o site O Jacaré, a defesa do empresário tentou extinguir a ação penal alegando que estes fatos já são objeto de denúncia no âmbito da Operação Lama Asfáltica, na qual é apurado o crime de lavagem de dinheiro. No entanto, a magistrada negou haver “duplicidade” desta acusação e manteve as audiências, que tiveram início na semana passada e prosseguem até o mês de maio.
Conforme a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), João Amorim recebeu dois depósitos que somam R$ 2.631.530 de Elza Cristina, mais R$ 1 milhão da Proteco (em 28 de dezembro), que também efetuou “inúmeros depósitos” na mesma conta bancária no período de 9 de janeiro a 20 de dezembro de 2012.
Os advogados do empresário alegam que tais créditos decorrem de contratos de mútuo com a Proteco e Elza Cristina e já são objeto de denúncia ofertada contra ambos perante a 3ª Vara Federal de Campo Grande, na qual ambos e outros são acusados da suposta prática de crimes de lavagem de dinheiro.
A denúncia em questão trata da compra da fazenda Jacaré de Chifre, em Porto Murtinho, pelo valor de R$ 30 milhões, e da aquisição da Fazenda Santa Laura por R$ 3.858.428,21. Estas compras teriam sido feitas com dinheiro obtido ilicitamente através de suposto esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal, na Operação Lama Asfáltica.
A juíza Maria Isabel do Prado decidiu que “os aludidos depósitos recebidos nas contas bancárias do acusado, descritos na presente denúncia, reveladores de possível sonegação de IRPF, não guardam correspondência com nenhuma das transações bancárias tidas como atos de lavagem denunciados” pela Lama Asfáltica.
Na primeira audiência do julgamento, em que foram ouvidas a testemunha Lúcia Aparecida Belinelo e a informante Elza Cristina Araújo Dos Santos, o réu João Amorim acompanhou os depoimentos. Ana Paula Amorim Dolzan também participaria desta sessão, mas conseguiu escapar graças a um habeas corpus no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).