O Ministério da Justiça e Segurança Pública decidiu prorrogar a proibição do banho de sol, visitas sociais e de advogados no Presídio Federal de Campo Grande até o próximo dia 21 de fevereiro.
Inicialmente, as restrições deveriam terminar ontem (16), mas o diretor do sistema penitenciário federal substituto José Renato Gomes Vaz assinou portaria prorrogando a medida, tomada devido à fuga de dois detentos da unidade penitenciária federal de Mossoró (RN).
Também estão suspensas as atividades de assistência educacional, laboral e religiosa, e o acesso às dependências de vivências, isolamento e inclusão. A medida também determina o emprego do nível de segurança 2 nestas penitenciárias.
Ficam mantidos os atendimentos de saúde e de advogados e o cumprimento de decisões judiciais. Conforme o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, houve uma série de falhas e erro no projeto de construção do Presídio Federal de Mossoró, o que facilitou a fuga.
Além disso, ainda de acordo com ele, algumas câmeras de segurança e lâmpadas não estavam funcionando. A principal suspeita até o momento é de que os dois presos tenham usado materiais de uma obra do pátio da penitenciária como instrumentos na ação.
O ministro disse que os detentos saíram pela luminária da cela e entraram no local de manutenção do presídio, onde estão as máquinas e tubulações. De lá, conseguiram atingir o teto, que não tinha grade nem outro tipo de proteção.
Quando os criminosos ultrapassaram esse local, continuou Lewandowski, encontraram as ferramentas e se depararam com um tapume de metal, que estava protegendo a reforma. Os prisioneiros, então, fizeram uma abertura no tapume e, com alicate, cortaram a grade que o separava do mundo exterior.
O secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, reconheceu que, se os protocolos de segurança da penitenciária federal de Mossoró tivessem sido seguidos rigorosamente, as duas fugas inéditas no sistema não teriam acontecido.