A morte da menina Sophia Ocampos, de apenas 2 anos de idade, completa um ano nesta sexta-feira (26) com os responsáveis, o padrasto Christian Campoçano Leitheim, 26 anos, e a mãe biológica Stéphanie de Jesus da Silva, 25 anos, aguardando júri popular, que foi adiado pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, e ainda não tem dados para ser realizado.
Enquanto isso, o pai biológico da pequena Sophia Ocampos, Jean Carlos Ocampos, de 28 anos, não conseguiu permanecer em Campo Grande e decidiu ficar longe da cidade para lidar com os dados. Conforme o site Campo Grande News, ele deixou com o companheiro, Igor Andrade, para Santa Catarina na tentativa de “respirar outras ares”, uma vez que “esquecer é impossível”.
No fim do ano passado, Jean Ocampos já tinha relatado o esforço para ressignificar a vida após a perda da filha. Agora, com os dados, Jean retoma o impacto em sua vida. “Dia 26 de janeiro foi o pior dia da minha vida, dia que não foi só a Sophia que morreu. Eu e o Igor estávamos juntos com ela”, disse Jean. Ele ainda comentou que, independentemente de onde estejam, sempre terão uma criança na memória. “Ela foi e será nosso maior presente.”
Ele revelou ser grato pela presença da filha em sua vida, mesmo que por pouco tempo. “Tem coisas na vida que não tem preço, como chegar em casa do serviço e ver a festa que ela fazia em mim ver.” Jean considera que nunca terá mais essa sensação, “mas o que eu vivi com ela, isso ninguém pode tirar de mim.”
O pai da menina já havia dito que ver Stepanhie da Silva e Christian Leitheim condenados pela morte da criança é um desejo que alenta, assim como constatar o funcionamento eficaz da rede de proteção das crianças, para outras famílias não vivenciarem sua dor. Em mais de uma ocasião, ele passou por vários serviços em busca de ajuda diante das suspeitas de que uma criança sofria violência.
A advogada militante na área da infância, Janice Andrade, é assistente da acusação no júri do caso Sophia, como ficou conhecida pelo crime, atuando em favor de Jean. Ela disse esperar penas elevadas para os réus. Além da morte da criança, também são acusados em outro processo de tortura. Meses antes da morte, a menina teve uma fratura na perna e a acusação foi de que passou longas horas sem encaminhamento ao serviço de saúde. Há outra ação, referente a maus tratos ocasionando a morte de um cão de estimação.
Exatamente nesta sexta-feira termina o prazo para as defesas de Stephanie da Silva e Christian Leitheim apresentarem as razões à Justiça aos recursos contra a decisão de encaminhá-los ao júri popular. O juiz Aluízio Pereira dos Santos chegou a reservar datas em março para o julgamento, mas acabou por aceitar o pedido das defesas e desmarcar, diante da possibilidade de não ter sido concluído até lá a análise dos recursos no Tribunal de Justiça.