Com isso, Mato Grosso do Sul só fica atrás do Espírito Santo, que tem 93,4 templos evangélicos e 59,7 escolas públicas para cada 100 mil habitantes, e Rio de Janeiro, que tem 86,7 templos evangélicos e 56,8 escolas públicas para cada 100 mil habitantes. O último censo que registrou a classificação religiosa da população brasileira foi em 2010 e, na ocasião, 648.831 se consideravam evangélicas.
No Brasil, abrem-se 17 igrejas evangélicas por dia, ficando à frente da abertura de empresas, que registra a abertura de 16 empreendimentos por dia. Entre os anos de 2015 e 2019, o número de igrejas evangélicas passou de 20 mil para 109,5 mil, indicando um rápido avanço das denominações missionárias, pentecostais, neopentecostais e outras.
Outros dados também corroboram esse crescimento significativo das igrejas evangélicas. Houve um aumento de 170 vezes no número de templos entre as décadas de 1960 e 1980, quando o Brasil tinha apenas 18 igrejas evangélicas oficialmente registradas.
Em 2015, antes desse surto de crescimento, havia apenas 20 mil igrejas. Entre as igrejas pentecostais, a Assembleia de Deus lidera com 9.348 templos espalhados pelo país. O Espírito Santo é o estado mais densamente evangélico, com 93 templos para cada 100 mil habitantes.
Para explicar essa explosão no crescimento das denominações evangélicas, vários fatores estão em jogo. Uma legislação de 2003, a Lei 10.625, tornou mais fácil a criação, organização e funcionamento de organizações religiosas, mas os determinantes reais estão relacionados a fatores sociais, econômicos, políticos e religiosos.
É inegável que as igrejas evangélicas exercem uma influência significativa em diversos aspectos da sociedade brasileira. No entanto, apesar desses números impressionantes, os católicos ainda constituem a maioria, representando 49% da população, de acordo com os primeiros dados do censo de 2022.
Os evangélicos compõem 26% da população, enquanto os sem religião somam 14%. Embora a distância entre católicos e evangélicos esteja diminuindo, há resistência às mudanças. De qualquer forma, é inegável que as denominações evangélicas, especialmente as neopentecostais, têm uma presença marcante no panorama religioso e político do Brasil.