Dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) apontam que Mato Grosso do Sul é a maior porta de entrada de drogas no Brasil na comparação com outros estados fronteiriços. O Estado apreendeu 18,456 toneladas de cocaína, volume que chega a ser até quatro vezes maior ou 352,9% superior ao apreendido por outros estados, que também fazem fronteira com países como a Bolívia e o Paraguai, produtores da droga.
Conforme a Sejusp, a apreensão de cocaína este ano teve um aumento de 10,5% em relação ao ano passado, quando foram notificadas 16,696 toneladas da droga interceptadas no Estado. Já em relação à maconha houve uma queda de 19,5% na quantidade de apreensões. Este ano, até o dia 25, haviam sido apreendidas 412 toneladas da droga, enquanto em 2022 foram 513 toneladas.
No entanto, mesmo com a queda, Mato Grosso do Sul ainda apreendeu mais cocaína e maconha que outros estados fronteiriços, como Mato Grosso e Paraná. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná apontam que, este ano, o estado vizinho havia interceptado 4 toneladas de cocaína e 339 toneladas de maconha até o início deste mês. O estado do Sul do País tem como principais apreensões outros tipos de entorpecentes, como ecstasy e LSD.
Mato Grosso não tem levantamento completo deste ano, mas a Polícia Militar de MT (PMMT) aponta que apreendeu 13,5 toneladas de entorpecentes no geral. No ano passado, o anuário da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado vizinho apontou que a apreensão foi de 14,459 toneladas de cocaína e 8,084 toneladas de maconha.
O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel PM Renato Garnes, relata que a localização geográfica de MS (que faz divisa com cinco estados brasileiros, além das fronteiras com outros países), é fundamental para a instalação dessas quadrilhas e aponta que a principal diferença em relação aos estados vizinhos é o incremento do serviço de Inteligência.
Ele disse que a principal razão para as diferenças nos índices de apreensões de maconha e cocaína reside na eficaz colaboração entre as equipes de Inteligência dos batalhões da PMMS, em estreita parceria com o Departamento de Operações de Fronteira [DOF]. Essas forças de segurança desempenham um papel fundamental, agindo de forma proativa e estratégica na vigilância das fronteiras, utilizando recursos de inteligência para identificar e interromper as rotas empregadas pelo tráfico de drogas.
O comandante-geral da PMMS aponta ainda que, apesar de o combate ao tráfico de drogas ser um desafio contínuo, as operações bem-sucedidas de apreensões de entorpecentes afetam diretamente as organizações, desestruturando os grupos, diminuindo o volume de entorpecentes disponíveis no mercado e interrompendo atividades ilegais dos criminosos.
Renato Garnes relata ainda que Mato Grosso do Sul, em função de sua posição geográfica, tem uma série de atrativos para a instalação de organizações criminosas e que, por isso, é necessário seguir com as iniciativas de combate ao tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.