Após ficar preso desde dezembro de 2021 sob a acusação de atuar junto ao PCC (Primeiro Comando da Capital) repassando informações sigilosas e privilegiadas à facção criminosa, o advogado Bruno Guizzi pagou fiança de R$ 39,6 mil e saiu ontem (22) da prisão, usando tornozeleira eletrônica e sem direito de exercer a advocacia.
A sentença que garantiu a soltura é do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, que argumentou que a Bruno Ghizzi é o “único dentre os advogados réus da Operação Courrier que ainda está preso, sendo que todos os demais tiveram suas prisões substituídas por medidas cautelares diversas da prisão, ainda que respondam por delitos também graves”.
Também sustentou que a prisão preventiva deve ser levada em conta diante de fatos atualizados e que “ao meu sentir, não mais se faz presente na hipótese, pois os fatos delituosos teriam ocorrido no ano de 2021, não havendo motivos, atualmente, para a sua manutenção”. O magistrado ainda entendeu que “não é porque pesa contra Bruno Ghizzi (e não pesa somente contra ela, sublinho) a prática de delitos de considerável gravidade que ele deve continuar aguardando o processo preso”.
No pedido de liberdade, a defesa do advogado afirmou que além do longo tempo preso, Bruno Ghizzi estaria com problemas de saúde – hérnia umbilical – e que não teria o atendimento médico adequado do caso no Presídio da Gameleira.
Além de pagamento de fiança e uso de monitoramento eletrônico, o advogado deverá comparecer mensalmente em juízo para comprovar suas atividades e seu endereço; proibição de manter qualquer tipo de contato com outros réus; não mudar de residência sem comunicar à Justiça; não se ausentar de Campo Grande sem autorização; comparecer a todos os atos do processo; suspensão do exercício de sua atividade profissional de advogado; recolhimento domiciliar noturno; e não se ausentar do país.