O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou, ontem (20), o pedido de liberdade de três presos na “Operação Sucessione”, deflagrada no último dia 5 deste mês pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra o jogo do bicho em Campo Grande (MS).
Com isso, vão continuar presos Diego Souza Nunes, um dos assessores parlamentares do deputado estadual Neno Razuk (PL), também alvo da operação com mandados de busca e apreensão em sua casa, localizada no residencial de luxo no Damha, o sargento PM Manoel José Ribeiro, mais conhecido como “Manelão”, e Valmir Queiroz Martinelli, responsável pela aquisição das máquinas de jogo do bicho apreendidas em uma residência no Bairro Monte Castelo.
Após 15 dias da primeira Operação Sucessione, os agentes do Gaeco deflagraram, na manhã de ontem (20), mais mandados de busca e apreensão. Promotores de Justiça e policiais foram às ruas para o cumprimento de 12 mandados de prisão preventiva e de quatro mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ponta Porã.
A explicação para as novas prisões, conforme o MPE, é que a partir do material apreendido no dia 5 de dezembro descobriu-se que várias outras pessoas estavam envolvidas naquilo que classificam como organização criminosa, que age de maneira violenta para estabelecer seu domínio
Na primeira fase da operação, quando três de seus assessores foram presos, o deputado Neno Razuk negou que tenha elo com a jogatina em Campo Grande e deixou claro que não deixaria a função de corregedor da Assembleia Legislativa. Mas, seus três assessores, o major PM Gilberto Luiz dos Santos, Diego de Souza Nunes e Manoel José Ribeiro foram demitidos.
Além disso, informa a assessoria do Gaeco, mesmo depois da apreensão de cerca de 700 máquinas para apostas do jogo do bicho, ocorrida em 16 de outubro, o grupo continuou investindo na compra de novos equipamentos para repor o estoque, deixando claro que o grupo não havia se intimidado com a descoberta.
Conforme o MPE, esse grupo de policiais aposentados estaria ligado ao deputado e a meta, conforme a investigação, seria expulsar da cidade um grupo paulista que teria passado a explorar a modalidade clandestina de apostas desde 2019 em Campo Grande. Os indícios são de que pessoas ligadas ao deputado teriam participado de pelo menos três roubos de malotes com dinheiro de apostas do grupo rival.
No último dia 7 deste mês, o Governo do Estado publicou a exoneração de Diego de Souza Nunes e Manoel Ribeiro que tinham cargo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Outro que também foi exonerado de seu cargo foi o major Gilberto Luiz dos Santos, que era lotado como assessor intermediário III no quadro permanente da Casa de Leis. Até o momento, José Eduardo Abdulahad, o “Zeizo”, Tiano Waldenor de Moraes e Luiz Paulo Bernardes Braga, não foram encontrados.