O UOL divulgou nesta quarta-feira (15) que a cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, virou um território de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo investigações do MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo).
O MPSP apurou que um “time” de líderes do PCC vive no país vizinho — um dos maiores produtores de cocaína —, usa documentos falsos, conta com a proteção de agentes corruptos e tem como missão principal fortalecer o tráfico internacional de drogas, a atividade mais lucrativa da organização.
Alguns integrantes do grupo são foragidos da Justiça brasileira e procurados até pela Interpol (Polícia Internacional), como Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, Silvio Luiz Ferreira, o “Cebola”, André Oliveira Macedo, o “André do Rap”, e Suaélio Martins Lleda.
Os demais foram colocados em liberdade e, ainda segundo o MPSP, nessa lista estão: Marcos Paulo Nunes da Silva, o “Baianinho Vietnã”, Francisco Antônio Cesário da Silva, o “Piauí”, Pedro Luís da Silva Moraes, o “Chacal”, Elvis Riola de Andrade, o “Cantor”, e Patric Uelinton Salomão, o “Forjado”.
O MPSP suspeita de que Décio Gouveia Luís, o “Décio Português”, solto por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em agosto deste ano, reforçará o time de comparsas em terras bolivianas.
Há ainda informações de que Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, procurado pela polícia brasileira e Interpol e dado como morto no ano passado, também refugiou-se na Bolívia, mesmo tendo sido expulso das fileiras do Primeiro Comando da Capital.
As investigações do serviço de inteligência do MPSP apontam que Mijão é a principal liderança do PCC nas ruas e conta coma a ajuda de Baianinho Vietnã. Os agentes apuraram que Mijão leva uma vida de luxo na Bolívia, onde montou restaurante e boate usando documentação falsa.
Já André do Rap, considerado um dos maiores narcotraficantes do Brasil, responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa, via portos brasileiros, fica uns tempos na Bolívia e outros na África, administrando os negócios ilícitos da droga — segundo investigadores.
De acordo com os agentes, alguns integrantes do time refugiado na Bolívia receberam duas missões da cúpula do PCC: matar autoridades públicas brasileiras e resgatar a liderança da facção criminosa recolhida em penitenciárias federais.
Os advogados Anderson dos Santos Domingues e Áureo Tupinambá, defensores de André do Rap, afirmam que o cliente não integra facção criminosa, foi inclusive absolvido dessa acusação, e que em relação aos demais procedimentos judiciais, a inocência dele será devidamente provada.