Vereador de Campo Grande chama PMs de barrigudos e compra briga com a corporação

O vereador Professor André Luís (Rede) fez, na sessão de ontem (31), um pronunciamento polêmico na Câmara Municipal de Campo Grande e comprou briga com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. O “nobre” parlamentar usou a tribuna da Casa de Leis para dizer que os “policiais militares estariam ficando barrigudos e depressivos por cumprirem expedientes burocráticos, em salas com ar-condicionado ao invés de irem para as ruas fazer o policiamento ostensivo”.

 

A fala do parlamentar irritou o comando da PMMS ao ponto de a assessoria de imprensa da corporação publicar na internet uma nota de repúdio. “Por fim, não bastando o evidente desconhecimento sobre o tema Segurança Pública reproduzido na fala do vereador, é lamentável que o mesmo trate temas graves como a obesidade e depressão (que acometem a toda sociedade) de forma jocosa e irresponsável”, disse trecho da nota.

 

Na sessão, o parlamentar deixou a entender que policiais estariam cumprindo expediente em lugar errado, pois, ao invés de os militares entrarem em uma viatura e sair pelas ruas, ficam atrás de mesas e dentro de salas climatizadas. O Professor André afirmou, ainda, que os eles, caso fossem para as ruas e fizessem policiamento ostensivo, deixariam de ser “gordos” e ficariam “magrelinhos”.

 

Bastou para a reação do comando da PM: “O comando da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul vem se posicionar acerca da repercussão de um vídeo [o do discurso] que está sendo veiculado nas redes sociais, no qual o vereador de Campo Grande, Professor André Luís, tece comentários depreciativos acerca do trabalho desenvolvido pelos Policiais Militares de Mato Grosso do Sul, partindo de um ‘achismo’ estapafúrdio desprovido de qualquer embasamento técnico para opinar sobre o tema”.

 

O protesto não parou por aí: “O Comando da PMMS, a fim de auxiliar o nobre vereador, Professor André Luís, para que numa próxima possibilidade de externar suas opiniões sobre o tema Segurança Pública o faça com conhecimento e propriedade, convida-o para conhecer o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, bem como, para conhecer a atenção que é dispensada aos policiais militares que necessitam de tratamento médico para que uma vez recuperados possam desempenhar sua valorosa missão constitucional”.

 

Depois da polêmica, o vereador disse que não quis dizer que os PMs estariam “obesos ou depressivos”, literalmente. “O discurso foi uma figura de linguagem. O policial quase morre nos testes físicos [quando preparados para entrar na corporação]. E, depois, vão atuar numa sala, atrás de mesas?”, criticou, completando que o lugar dos policiais não deveria ser em salas fechadas, mas, sim, que eles efetuassem, com frequência, “policiamento ostensivo”.

 

Ele sustentou também que os policiais deviam cumprir expedientes normais, do tipo oito horas diárias, não como é feito hoje. “Tem policial que cumpre plantão de 24 horas e folga as outras 96 horas. Tem policial que nem sequer aqui na cidade mora”, queixou-se o vereador. Há casos de policiais militares que cumprem, sim, até por anos, expedientes em outros setores do governo estadual, não em quartéis da PM, como, por regra, deveriam.

 

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