Hacker procurado no mundo todo por ataque ao TRF3 é preso pela PF em Capital

Com a participação de 20 policiais federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, foi capturado, ontem (17), em Campo Grande (MS), o hacker Selmo Machado da Silva, de 48 anos, responsável por ataque ao sistema do TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região em 2021. De acordo com a PF de São Paulo, que conduziu as investigações, a Operação Escalada Cibernética resultou na condenação de dois homens, Selmo da Silva e Diego Guilherme Rodrigues, identificados como autores da invasão.

 

Para o foragido, havia sido imposta pena de 9 anos de prisão, ainda em dezembro de 2021. Procurado desde maio daquele ano, o autor do crime cibernético chegou a ter o nome incluído na difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional) – ferramenta para divulgar pelo mundo o rosto e dados de procurados pela Justiça. Ele foi encontrado escondido em casa no Bairro Aero Rancho, o mais populoso de Campo Grande.

 

Ainda de acordo com a PF, em 2021, o hacker invadiu o sistema do TRF3 com o propósito de alterar documentos eletrônicos de assinatura de agentes públicos e obter “vantagens pessoais”.  Ele falsificou pareceres do Ministério Público Federal em seis processos que tramitavam no TRF3, nos quais ele mesmo era o réu, alterando as manifestações dos procuradores com sugestão de absolvição ao invés da condenação originalmente proposta.

 

A investigação da Polícia Federal foi aberta depois que dois magistrados da Justiça Federal em São Paulo detectaram alterações em documentos, com uso fraudulento de suas assinaturas digitais. De acordo com a PF, Selmo da Silva falsificou assinaturas eletrônicas de juízes, servidores da justiça e membros do MPF, além de alterar documentos em pelo menos oito processos, sendo dois cíveis e seis criminais.

 

O objetivo, além do “autoperdão” criminal, seria a liberação e a consequente apropriação de valores pendentes em ações judiciais para contas controladas por ele. Em uma delas, o valor era de R$ 225.914,26 e em outra, R$ 648.575,43, totalizando R$ 874.489,69, que só não foram repassados porque servidores das Varas Federais perceberam a fraude a tempo.

 

Diego Guilherme Rodrigues, ainda de acordo com a investigação, foi quem forneceu a conta bancária para a transferência do dinheiro. Ele foi condenado a cinco anos e cinco meses de prisão no regime semiaberto. Ele estava preso desde 19 de maio de 2021, quando foi deflagrada a Operação Escalada Cibernética.