Além disso, o magistrado decidiu pela abertura do processo que, até então, estava em segredo de Justiça, porque o conteúdo é de interesse público. Contudo, o depoimento de crianças e adolescentes, bem como fotos da perícia no local da morte e da vítima irão permanecer sob sigilo, ficando reservado apenas para as partes do processo.
Ainda segundo o juiz Aluízio dos Santos, os pedidos feitos anteriormente também foram indeferidos e a solicitação da acusação para que os celulares de Stephanie de Jesus e de Christian Leitheim, réus pela morte da criança, fossem periciados pela Polícia Federal não será aceita.
Também foi indeferido o pedido de devolução dos aparelhos feito pela defesa na semana passada, pois esses pedidos podem travar o processo e atrasar a tramitação, o que já está acontecendo, tendo em vista que o processo não tem avanço há quatro meses. Na próxima audiência, será ouvida uma última testemunha de defesa e, em seguida, a mãe e o padrasto da vítima, que estão presos desde o dia 26 de janeiro.
Segundo o processo, as médicas que atenderam a vítima na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Coronel Antonino foram dispensadas de prestar depoimento. A audiência será marcada mesmo sem o relatório de perícia dos celulares juntados ao processo. A investigação aprofundada nos telefones dos réus foi solicitada pelo MPE (Ministério Público Estadual) no dia 26 de maio, quando Stephanie de Jesus e Christian Leitheim sentaram nos bancos dos réus pela terceira vez.
Embora o pedido tenha sido feito com urgência, a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) não realizou a perícia nos aparelhos e informaram que tiveram acesso apenas ao celular de Stephanie de Jesus, que entregou a senha espontaneamente quando o objetivo foi apreendido. No entanto, a Polícia Civil afirma que não foi capaz de destravar o celular de Christian, que não informou a senha. O aparelho é protegido por desenho padrão e digital, assim, não se sabe qual o conteúdo armazenado nele.
A Polícia Civil argumenta que não tem tecnologia capaz de desbloquear celulares e, assim, o único conteúdo mostrado na perícia foram as conversas dele Stephanie de Jesus com Christian Leitheim, mas, as mensagens que ela trocou com outras pessoas no dia da morte de Sophia não foram recuperadas. Como o prazo expirou dia 10 de agosto sem que nada fosse feito, a assistente de acusação e advogada que representa o casal Jean Carlos Ocampo e Igor Andrade, pais de Sophia Ocampo, Janice Andrade, entrou com pedido para que os celulares fossem encaminhados para a Polícia Federal.
De acordo com ela, a corporação deve ter tecnologia suficiente para romper a senha e ter acesso ao conteúdo do aparelho. A advogada afirmou que irá solicitar novamente que os celulares passem por perícia e, que se possível, esse processo seja feito pela Polícia Federal, pois a investigação dos celulares é fundamental para a acusação, já que o casal pode ter diversas informações sobre os maus-tratos sofridos pela menina e também conversas e fotos do dia da morte.