Dez dias se passaram desde a morte do “chefe da fronteira” Jorge Rafaat.
As cenas cinematográficas protagonizadas por quadrilhas rivais que lutam pelo domínio do tráfico entre o Paraguai e Brasil não foram e nem serão apagadas tão facilmente.
Capangas, metralhadora, armas de guerra e uma ação cronometrada e precisa.
Pronto, foi-se mais uma figurão que habitava uma faixa de terra onde a lei é imposta pela violência e o medo.
Mas quanto custou tudo isso? Quem financiou esse episódio carregado de perguntas sem respostas?
O Blog do Nélio conversou com um especialista em São Paulo que estuda e acompanha a atuação de facções criminosas e seus ataques.
Na análise desse delegado que não quis se identificar, a precisão do custo da ação contra Rafaat não pode ser dimensionada com precisão porque a polícia paraguaia divulga informações contraditórias sobre o episódio.
No entanto, a ação não custou menos de R$ 1.000.000,00.
A considerar as armas usadas no crime, principalmente a metralhadora .50 que acabou tombando Rafaat. Só essa poderosa ferramenta com sua munição de artilharia usada e encontrada no carro onde foi alojada ultrapassa dos 200 mil dólares.
Se confirmada a presença de 100 integrantes na ação contra o “rei da fronteira” e todos armados mais a logística o valor ultrapassa as cifras extraordinária.
O preço de um fuzil em São Paulo, por exemplo, chega a 15 mil dólares.
Uma pistola glock calibre 380 chega a valer 4 mil dólares. Cada tiro seu tem o valor de 3 dólares.
Presume-se que só de armamento envolvido no ataque já se vão mais de meio milhão de dólares.
Há de se lembrar que em março desse ano homens usaram um carro blindado numa tentativa frustrada de matar Jorge Rafaat.
A considerar que toda a ação do último dia 5 foi planejada com antecedência, além do treinamento para o uso da metralhadora .50 que dizimou Rafaat, ai já se vão um bom punhado de dinheiro e contabilizando os dólares pagos aos pistoleiros a cifra vira astronômica.
Certo é que todo esse recurso empregado não veio de apenas uma fonte. Rafaat tinha um monte de inimigos como o Blog do Nélio já publicou.
Estima-se que o crime na fronteira do Brasil com o Paraguai nos limites de Mato Grosso do Sul movimentaria cerca de 10 milhões de dólares por mês.
O assassinato de Rafaat não ficou barato e seja lá os organizadores desse crime a intenção é repor esse “investimento” em curto espaço de tempo.
O que é pior, quem vai continuar sofrendo com guerra insana é a população das cidades fronteiriças que veem a cada dia as mortes se multiplicarem de forma crescente e violenta.
Ataque – Rafaat era considerado o “Rei da Fronteira” e foi executado em uma ação cinematográfica, com a participação de cerca de 100 pistoleiros contratados para matá-lo. Do lado da vítima, 30 seguranças tentaram combater a ação dos pistoleiros.
A caminhonete Hummer blindada dirigida pelo narcotraficante foi interceptada em um cruzamento de Pedro Juan Caballero, quando ele retornava para casa à noite. Um utilitário que tinha na parte traseira uma metralhadora .50, passou à frente e o atirador, o brasileiro Sérgio Lima dos Santos, descarregou uma “cinta” de munição.
A vítima morreu no local. O atirador acabou sendo baleado, levado por integrantes da quadrilha para o hospital de Pedro Juan Caballero e posteriormente transferido para unidade de saúde de Assunção, por causa da gravidade do seu quadro clínico. O motorista do carro desapareceu.