O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, disse ontem (19) que a Polícia Militar só terá câmera na farda a partir do momento em que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Polícia Federal também implantarem o equipamento.
De acordo com ele, o policial rodoviário federal deve usar a mesma câmera que o policial rodoviário estadual, assim como o policial militar deve usar a mesma câmera que o policial federal. “Não adianta o Mato Grosso do Sul ter um sistema e Mato Grosso e Goiás ter outro”, detalhou.
De acordo com o secretário, o equipamento deve ser idêntico para todas as forças de segurança: mesmo modelo, marca e qualidade. “Nós queremos um equipamento igual e de qualidade. Nós não queremos um equipamento de baixa qualidade. Nós queremos um equipamento de ponta”, disse.
Questionado sobre quando haverá implantação dos equipamentos no fardamento, Videira respondeu que depende do Governo Federal. “Se o governo federal resolver fazer uma grande ata de registro de preço e disponibilizar para o Estado, [pois] é ele que tem um recurso”, complementou.
Segundo Videira, implantar câmeras nas fardas dos policiais é caro. O gasto mensal, com cada câmera, gira em torno de R$ 4,5 mil. “Talvez a gente vai gastar mais com o aluguel com um software desse, do que com combustível em um mês na viatura”, afirmou.
O secretário afirmou que o recurso, para investir nesta política, deve vir do governo federal e que Mato Grosso do Sul não irá tirar dinheiro de outras áreas para investir nessa. “Nós não podemos sacrificar outras áreas da segurança, inclusive o tráfico de drogas, para recursos muito grandes como este. Nós não vamos tirar dinheiro de outras políticas para essa política. Nós não podemos hoje tirar recursos de manutenção de prédios, manutenção de viaturas e custeio com combustível”, disse.
Dados divulgados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) apontam que 64 pessoas morreram em confronto com agentes do Estado, de 1º de janeiro a 19 de junho de 2023, em Mato Grosso do Sul. Desse número, 8 ocorreram em janeiro, 18 em fevereiro, 7 em março, 19 em abril, 10 em maio e 2 em junho. São 27 mortos em Campo Grande e 37 no interior.
De acordo com o secretário, as mortes ocorrem porque o policial defende a sociedade de criminosos que não respeitam o Estado. “Se um criminoso ataca um policial fardado, imagina o que ele faz com o cidadão comum. Nós estamos preocupados em defender a sociedade e defender os nossos policiais de bandidos que desafiam o estado, desafiam a sociedade, desafiam o cidadão. Ele tem que ser preso e se para ele ser preso, ele reagir, infelizmente acaba vindo à óbito”, disse. Com informações do Correio do Estado