Com uma dívida de R$ 3,5 milhões relativo a empréstimo feito junto a instituição bancária para contratar a ANL Energia Limpa para a construção de uma usina de energia fotovoltaica, o arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, agora pede ajuda de Deus para reaver pelo menos parte do dinheiro perdido pela Arquidiocese da Capital no golpe da energia solar praticado pela empresa de Santa Catarina.
A ANL Energia Limpa recebeu a quantia milionária, mas não entregou nenhuma placa de energia fotovoltaica para a Arquidiocese de Campo Grande. Para quitar o empréstimo bancário, em maio, o arcebispo determinou que todas as paróquias destinassem 31,45% do dinheiro disponível em caixa para ajudar no pagamento da dívida com o banco, causando revolta em algumas comunidades e padres.
Porém, a medida deu resultado, pois o empréstimo com o Sicredi foi quitado à vista com a arrecadação de R$ 3,4 milhões. “Com a graça de Deus, conseguimos quitar a dívida com as contribuições das paróquias e vamos continuar com as ações cabíveis na Justiça”, afirmou Dom Dimas, suplicando que Deus ajude a reaver ao menos uma parte do que foi perdido.
A Arquidiocese protestou a ANL Energia Limpa e entrou com ação na Justiça para cobrar R$ 11,9 milhões. Sobre a crise na Igreja Católica de Campo Grande, uma das maiores da história, Dom Dimas usou a celebração de Corpus Christi, que reuniu 30 mil fiéis no Centro da Capital, para minimizar as críticas.
“A resposta do povo à convocação para Corpus Christi foi, para mim, um sinal de que continuamos todos unidos em nossa missão evangelizadora”, destacou Dom Dimas. A igreja contratou a ANL para construir uma usina com capacidade para produzir energia suficiente para as 328 comunidades, instituições e entidades católicas.
Para viabilizar o projeto, o arcebispo realizou empréstimo de R$ 3,5 milhões no Sicredi e repassou o dinheiro para a empresa de Santa Catarina. O grupo não construiu a usina e a Arquidiocese de Campo Grande acionou a Justiça em setembro do ano passado.
Um acordo pôs fim ao imbróglio judicial. Na ocasião, a ANL assumiu as parcelas do financiamento e se comprometeu a doar a usina para a igreja. Só que a obra não começou e ainda houve atraso no pagamento das parcelas do empréstimo. Sem falar no prejuízo das paróquias e instituições continuarem pagando a conta de luz de R$ 109 a R$ 139 mil por mês. Fonte: O Jacaré.