Pesquisa revela que número de inadimplentes cresceu em maio na Capital

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita junto a 17.800 famílias entrevistadas em Campo Grande, revela que o índice de famílias que não terão condições de pagar as contas atrasadas na Capital aumentou no mês de maio na comparação com abril deste ano.

 

Enquanto em maio foram registrados 37.061 inadimplentes, em abril esse número foi de 36.192 pessoas. No entanto, o número de famílias endividadas teve uma leve queda, caindo de 191.231 em abril para 187.761 em maio.

 

A pesquisa registrou que 49,9% dos entrevistados têm alguma dívida em atraso, 40% acreditam que não terão condições de pagar as contas no mês de junho, 30,1% pagarão as contas parcialmente e 9,2% não souberam responder.

 

Para a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF-MS), Regiane Dedé de Oliveira, o número representado é reflexo do impacto do endividamento e dos juros elevados. Ela ressaltou que um dado preocupante é o percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas em atraso, de 40%.

 

Para quem ganha até 10 salários mínimos, o percentual é ainda maior, 45,3%, o que demonstra o impacto do endividamento e dos juros elevados no orçamento das famílias de menor renda. O cartão de crédito continua sendo o principal vilão entre os campo-grandenses endividados.

 

De acordo com a pesquisa, 70,1% dos entrevistados estão devendo o cartão de crédito, seguido pelos carnês (17,4%). Crédito pessoal (11%), financiamento de carro (9,3%), financiamento de casa (8,4%) vêm logo em seguida.

 

Embora sejam confundidos frequentemente, ambos acontecem em situações diferentes. Enquanto endividamento se refere a qualquer pagamento futuro assumido no tempo, a inadimplência é quando a pessoa não consegue arcar com esses compromissos.

 

A pesquisa também revelou que 43,5% dos entrevistados têm algum tipo de dívida com mais de 90 dias de atraso, 27,8% entre 30 e 90 dias em atraso, e 16,3% com até 30 dias em atraso. Não souberam responder 12,5% dos entrevistados.