Novo boletim divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) confirmou mais dois óbitos por dengue em Mato Grosso do Sul, sendo dois idosos de 69 e 90 anos de idade, que residiam nos municípios de Aquidauana e Naviraí, respectivamente.
Com isso, nos primeiros quatro meses deste ano, o Estado já soma 19 óbitos por dengue e um total de 20.160 casos confirmados, ou seja, quase o total registrado em todo o ano passado (21.328) e quase três vezes mais do que em 2021 (8.027).
Os 19 óbitos deste ano foram registrados nos municípios de Três Lagoas (6), Aquidauana (2), Campo Grande (2), Dourados (2), Amambai (1), Brasilândia (1), Guia Lopes da Laguna (1), Ivinhema (1), Laguna Carapã (1), Naviraí (1) e Ribas do Rio Pardo (1).
Se analisarmos, o número de óbitos nestes primeiros quatro meses já equivale a 79% dos óbitos de 2022, ano em que 24 pessoas morreram por dengue. Se compararmos com 2021, ano em que 14 morreram, o número de mortes já é 35,7% maior.
Em Mato Grosso do Sul, as campanhas de conscientização contra a dengue só foram lançadas em 27 de janeiro. No Brasil apenas na última semana, mais precisamente no dia 4 de maio.
Essa demora para o início das campanhas de prevenção foi um dos fatores que atrapalhou no combate da doença, como explica a infectologista Mariana Croda.
Para ela, o início da campanha foi tarde, considerando que muitos estados já viveram um período de alta incidência da doença e considerando a sazonalidade.
A dengue apresenta um comportamento sazonal em todo o país, ocorrendo principalmente entre os meses de outubro a maio. Dessa forma, teoricamente, deveria ser ainda mais fácil de monitorar indicadores e detectar a vulnerabilidade para ocorrência da doença.
O recomendado seria que as autoridades de saúde estivessem realizando campanhas e combatendo os focos do Aedes aegypti desde o início da sazonalidade, entre os meses de outubro e novembro.
No entanto, a campanha estadual só teve início no fim de janeiro, e a nacional no início de maio. Conforme a infectologista, a campanha só não começou tarde se formos usar como base a série histórica de 2022, ano em que o “boom” da doença aconteceu no mês de maio.
Agora, o ideal é que o Estado e os municípios se dediquem a combater o mosquito que, além da dengue, é o vetor da Zika e da chikungunya, para controlar o aumento no número de infectados.
Além disso, Croda reforça que neste momento, onde já se estabeleceu um grande número de casos, é importante adotar medidas para reduzir a mortalidade, como o acesso a saúde e exames.