A Justiça de Mato Grosso do Sul negou o pedido de liberdade feito pela defesa de Christian Leitheim, de 25 anos, acusado de abusar sexualmente e matar a enteada Sophia de Jesus Ocampo, de apenas 2 anos de idade.
O pedido foi feito durante a primeira audiência do caso, quando foram ouvidas cinco testemunhas de acusação. Nesse dia falaram o pai biológico de Sophia, Jean Carlos Ocampo, os pais de Stephanie de Jesus da Silva, mãe da vítima, que também é acusada pelo crime, além da ex-esposa de Christian e o investigador de polícia, que atendeu o caso no dia da morte da menina.
De acordo com o advogado do acusado, Renato Cavalcante Franco, o pedido foi feito porque o homem estava correndo risco ao ficar no presídio. Contudo, ele está preso no interior e permanece em cela separada dos demais presidiários.
No dia da audiência, ele esteve presente no Fórum, mas optou por acompanhar os depoimentos do lado de fora do plenário, sendo que apenas Stephanie acompanhou a audiência de forma presencial.
Conforme o apontado pelo MPE (Ministério Público Estadual), que teve parecer contrário ao pedido e foi acompanhado pelo juiz, ao ficar em liberdade o réu apresenta risco para as testemunhas e outras pessoas envolvidas no caso.
Ainda segundo a decisão, também ficou evidente os indícios de que Christian Leitheim é um dos autores do crime. Além disso, apesar da defesa afirmar que o acusado é réu primário, pesa contra Christian um processo de violência doméstica, que foi reaberto logo após a morte de Sophia.
A Justiça também levou em conta que neste processo que foi desarquivado, Christian foi procurado em diversos endereços, mas não foi achado. Assim, além de ameaçar a vida de envolvidos, o acusado também poderá sair da cidade, dificultando o andamento da ação judicial.
“Do mesmo modo, o fundamento da conveniência da instrução criminal se mostra adequado, a fim de impedir que o requerente, se posto em liberdade, alicie testemunhas, possa forjar provas, destruir ou ocultar elementos que possam servir de base à futura condenação”, afirma a decisão.
A Justiça também afirmou que Christian Leitheim não comprovou trabalho lícito e residência fixa, o que também poderia prejudicar o andamento do processo. Da mesma forma, a liberdade provisória de Stephanie também foi negada pelos mesmos motivos.